São Paulo, quarta-feira, 17 de maio de 1995
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Enfermeira foge de quarentena no Zaire

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

A polícia de Kinshasa, capital do Zaire, passou o dia de ontem procurando por uma enfermeira suspeita de estar contaminada pelo vírus Ébola, responsável pela epidemia de febre hemorrágica que já matou pelo menos 86 pessoas no país, nove delas ontem.
A enfermeira fugiu da quarentena a que havia sido submetida na capital, depois de chegar da área de risco na segunda-feira, centrada na cidade de Kikwit, a 400 quilômetros de Kinshasa.
As autoridades encontraram-na no final do dia. Segundo fontes oficiais, até amanhã será possível saber se ela tem ou não o vírus.
A mulher já estava em quarentena em Kikwit, de onde também fugiu para ir a Kinshasa.
Outra pessoa vinda da área de risco, um capitão de pequenas embarcações, foi mantida em observação. Autoridades sanitárias liberaram-no, após constatar que não estava contaminado.
Militares zairenses montaram uma operação de guerra para impedir que o vírus chegue à capital, onde vivem 5 milhões de pessoas.
A OMS (Organização Mundial da Saúde) disse que cinco pessoas contaminadas estão apresentando sinais de recuperação. O órgão informou ontem que o número de casos confirmados subiu para 93.
Especialistas estão preocupados com rituais funerários locais, em que parentes do morto lavam-no e esvaziam seus intestinos com as mãos, o que é praticamente garantia de contaminação.
A transmissão do Ébola se dá pelo ar (proximidade com pessoas infectadas) ou através de contato com sangue ou fluidos corporais contaminados.
A infecção pode matar em nove dias, com uma taxa de mortalidade de até 90%. Não há vacina ou tratamento específico.

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