São Paulo, quarta-feira, 17 de maio de 1995
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Oficinas adaptam carro para deficiente

DA REPORTAGEM LOCAL

Oficinas adaptam carro para deficiente
Três oficinas mecânicas em São Paulo fazem adaptação de carros para que possam ser dirigidos por deficientes físicos.
Alguns cuidados, no entanto, devem ser tomados na hora de fazer as modificações.
Nas oficinas ``M Brasil", ``Cavenaghi" e ``Hand Drive" (veja quadro), os preços dos serviços, feitos em carros mecânicos ou automáticos, variam de acordo com a adaptação que cada deficiente precisa.
A mais simples é a troca de lado do pedal do acelerador. No caso de alguém que não tenha ou não movimente a perna direita, um novo pedal pode ser colocado no lado esquerdo.
Os paraplégicos são os que pagam mais caro pelas adaptações. Como não movimentam nenhuma das pernas, uma das soluções é instalar uma alavanca com controles manuais.
Os comandos do acelerador, do freio e da embreagem, passam então a ser acionados com a mão. Esse tipo de serviço pode custar até R$ 1.400,00.
As três oficinas oferecem carros de testes para que o cliente verifique qual modificação é mais adequada ao seu caso.
A ``Hand Drive" tem um convênio com uma empresa de guincho que oferece ao cliente descontos de cerca de 15%.
Três dias é o prazo máximo dado pelas oficinas para a entrega do veículo. Serviços simples podem ser feitos em duas horas.
Mas o deficiente deve tomar alguns cuidados antes de adaptar o seu veículo.
``A legislação de trânsito não permite que um paraplégico dirija uma carro mecânico adaptado", diz a presidente da Associação pelos Direitos da Pessoa Deficiente, Silvana Mesquita.
Segundo ela, o paraplégico pode apenas guiar um veículo automático (sem embreagem), que foi adaptado com controle manual de acelerador e freios.
Os deficientes têm também de tirar uma habilitação especial.
O procedimento para obter a nova carteira de motorista é quase o mesmo seguido por pessoas não- portadoras de deficiências físicas.
Só que além dos exames psicotécnico, escrito, de baliza e de volante, o deficiente passa por um exame médico mais rigoroso.
Segundo o médico João Roberto Barbosa, do Detran, é preciso avaliar se, ao dirigir um carro adaptado, o deficiente terá controle absoluto dos membros do seu corpo que passarão a executar novas funções.

Texto Anterior: Empresa de silicone dos EUA entra em concordata
Próximo Texto: Comerciante tenta dominar comandos
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.