São Paulo, quarta-feira, de dezembro de
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Elvis Costello homenageia suas preferências

MARCELO REZENDE
DA REDAÇÃO

Depois de um apelo à juventude em ``Brutal Youth", seu último disco, o músico inglês Elvis Costello retorna com uma homenagem ao seu universo musical, em ``Elvis Costello's Kojak Variety", que chega agora ao mercado.
``Kojak" traz Costello em versões de antigas canções, que datam dos anos 30 a 70. Um disco de covers em que homenageia nomes como Bob Dylan (em ``I Threw it all Away", do disco ``Nashville Skyline"), Aretha Franklin e Screaming Jay Hawkins.
Elvis Costello é quase uma unanimidade na Inglaterra. Um músico pop que consegue a proeza de evitar, de qualquer forma, a vulgaridade. As letras de suas canções, para os escritores britânicos Martin Amis e Julian Barnes, são parte da melhor tradição literária.
Quando a mais prestigiada revista de literatura inglesa, ``Granta", precisou ser definida para o público jovem, criou o slogan: ``O Elvis Costello das revistas literárias".
Na noite de anteontem, Costello resolveu falar ao mundo, por meio de uma rede mundial de computadores, a Compuserve, sobre seu novo trabalho.
Através de um código, alugado pela Compuserve International (cobrado mensalmente por um cartão de crédito), foi possível participar de uma conferência com Costello, em que fãs e jornalistas tentaram descobrir suas preferências literárias, a maneira que cria suas canções e até se ele sabia algo mais sobre a morte. Segue abaixo trechos de suas respostas irônicas às perguntas dessa ``conferência mundial".

Pergunta - Elvis, você poderia nos contar como é seu processo de composição?
Costello- O que significa ``processo de composição"?
Pergunta - Meu álbum preferido é ``Punch the Clock", mas você disse em uma entrevista que não gosta deste trabalho. Por quê?
Costello - Aqueles foram os anos 80. Será que eu preciso dizer mais alguma coisa? Acho que isso resume tudo.
Pergunta - Você sempre escreve canções lúgubres. Existe até uma no disco ``The Juliet Letters", que é construída do ponto de vista de uma pessoa morta. Você sabe alguma coisa sobre esse assunto, a morte, que nós não sabemos?
Costello - Por favor, não se preocupe. Não, eu não sei nada demais sobre a morte. Graças a Deus.
Pergunta - Como você escolheu as canções para esse novo disco?
Costello - Tentei fugir de uma longa sombra que me encobria.
Pergunta - Por que você começou sua carreira com uma banda, The Attractions, e logo depois rompeu com eles, para reencontrá-los em ``Brutal Youth"? O que significou isso?
Costello - Um folheto de propaganda que vem junto aos CDs, milhas demais caminhar. As canções certas.
Pergunta - Por que você escolheu esse nome, Elvis Costello?
Costello - Chegou para mim como em um sonho...
Pergunta - Eu nunca ouvi qualquer um dos seus discos. Ao menos conscientemente. Por qual deveria começar?
Costello - Ora por favor!
Pergunta - As histórias de suas canções têm sempre uma inspiração vinda de eventos que realmente aconteceram ou fazem apenas parte de sua imaginação?
Costello - Vêm do meu tratamento dentário.
Pergunta - Você tem lido algum bom livro ultimamente?
Costello - ``Last Train to Memphis", biografia de Elvis Presley, e ``High Fidelity", de Nick Hornby. A história de um casamento que fracassa devido à coleção de discos de um homem.

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