São Paulo, sexta-feira, 19 de maio de 1995
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Bombardeios matam 3 em Sarajevo

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Pelo menos três pessoas morreram ontem em ataques a Sarajevo, capital da Bósnia, apesar de um acordo entre bósnios e sérvios para interromper bombardeios à cidade.
As mortes sucederam os piores combates vividos pela capital bósnia em mais de dois anos, em que pelo menos 15 pessoas morreram desde terça-feira passada.
Sarajevo está cercada há três anos pelos sérvios da Bósnia, que controlam 70% do país.
Os bósnios tentaram no início da semana romper o cerco sérvio e sofreram forte represália. Após os conflitos, representantes da ONU (Organização das Nações Unidas) negociaram uma trégua.
Diplomatas informaram ontem que os sérvios dispararam morteiros do subúrbio de Ilidza, violando o acordo entre o governo bósnio e militares sérvios.
Segundo o porta-voz da ONU Alexander Ivanko, houve dezenas de feridos, além dos três mortos.
O porta-voz Gary Coward, também da ONU, afirmou que o Exército bósnio conseguiu reconquistar posições elevadas na ofensiva.
As represálias sérvias se estenderam por todo o território bósnio. No encrave muçulmano de Bihac (noroeste), três civis morreram em bombardeios sérvios.
O encrave, assim como a cidade de Sarajevo, é considerado uma "área protegida pelas forças de paz das Nações Unidas.
Isso quer dizer que a ONU deve garantir suprimentos às populações locais isoladas e, se seus soldados forem atacados, pode recorrer à força aérea da Otan (a aliança militar do Ocidente).
Segundo Coward, o Exército bósnio avançou sobre posições sérvias ao sul da "área protegida. "Uma porção significativa de terreno foi tomada pelo governo bósnio, disse.
Walt Natynczyck, chefe-adjunto das operações da ONU, disse que cerca de 1.500 civis e 500 combatentes sérvios fugiram de Bihac rumo à vizinha Krajina, território da Croácia em poder de sérvios.
Parte da Krajina, a Eslavônia Ocidental, foi retomada há duas semanas numa ofensiva croata. A ONU exige que as tropas croatas entreguem o comando de três zonas retomadas da Krajina.
Cerca de 4.000 civis sérvios deixaram Ripac, cidade retomada pelos bósnios a 7 km de Bihac, rumo ao reduto sérvio de Banja Luka (noroeste da Bósnia).
Numa cidade próxima a Banja Luka, sérvios espancaram um padre e duas freiras e mandaram pelos ares uma igreja católica, frequentada sobretudo por croatas.

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