São Paulo, sábado, 20 de maio de 1995
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Escola para mulheres recepciona presidente

PAULO FRANCISCO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM NATAL

A Escola Doméstica de Natal (RN), onde o presidente Fernando Henrique jantaria ontem, é a única do país com um modelo de ensino que desde a pré-escola até o 2º grau inclui no currículo a disciplina de economia doméstica.
Seguindo uma tradição nas visitas de presidentes a Natal, FHC seria recepcionado com um jantar preparado e servido pelas alunas do segundo ano do 2º grau.
A escola foi fundada em 1914 pelo médico Henrique Castriciano de Souza e só aceita meninas. Em viagem à Suíça, ele conheceu uma escola de educação feminina e voltou com a idéia de criar uma semelhante no Estado.
Margarida Morgantini, 68, ex-aluna e professora, diz que o fundador afirmava: ``Educando-se um menino, educa-se um indivíduo; educando-se uma mulher, educa-se uma família."
Com essa filosofia, a escola vem formando várias gerações de meninas das famílias mais ricas e tradicionais do Estado e do Nordeste. Ali passaram, por exemplo, a atual primeira-dama do Estado, Denise Pereira Alves, e Ivone Alves, mulher do ex-ministro e ex-governador Aluízio Alves.
Na Escola Doméstica, além do ensino tradicional, as alunas recebem aulas de etiqueta social, puericultura (técnicas para assegurar o desenvolvimento físico, mental e moral da criança), cozinha prática, nutrição, administração do lar, higiene e enfermagem.
Em duas casas-modelo e uma creche, montadas na própria escola, as alunas fazem estágios e são avaliadas pelas instrutoras. Na creche, cuidam de bebês de famílias carentes ou mães solteiras, que deixam os filhos no berçário para poder trabalhar.
A instituição tem 2.300 alunas -com 100 em sistema de internato. A mensalidade escolar custa R$ 76,42 para a maioria das alunas e R$ 426,42 para as internas.
A diretora Noilde Ramalho, 74, há 50 anos no cargo, afirma que é de praxe os governadores oferecerem jantares aos presidentes da República, em Natal, com as alunas da escola na recepção.
Além de preparar a comida, elas também servem os convidados. ``A escola não forma mulheres subservientes; forma mulheres para o lar e para a sociedade", afirma a diretora.

Texto Anterior: Para Jatene, desvios no FSE não afetam Saúde
Próximo Texto: FHC quer sociedade civil nas reformas
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.