São Paulo, domingo, 21 de maio de 1995 |
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Meteorologia prevê `tempo bom' no futuro
DENISE CHRISPIM MARIN
O esforço de recém-formados para conseguir uma vaga tem sido menor do que o verificado em áreas mais saturadas, como engenharia civil e direito. A cada ano, cerca de seis profissionais concluem o curso de meteorologia no Departamento de Ciências Atmosféricas da USP (Universidade de São Paulo). A maioria dos estudantes se dedica a trabalhos de iniciação científica no último ano, uma vez que o estágio não é obrigatório. E todos costumam deixar o campus com contrato de trabalho firmado. Mercado novo no Brasil, a meteorologia é tema de ensino e pesquisa na USP e em apenas outras cinco universidades -as federais de Alagoas, Pará, Paraíba, Pelotas (RS) e Rio de Janeiro. Trata-se de um curso de física aplicada. Isso significa que o conhecimento de matemática e de física são essenciais, assim como a afinidade com os computadores. O currículo escolar é todo voltado para o estudo de fenômenos atmosféricos. Isso quer dizer que o meteorologista não se dedica apenas à previsão do tempo -uma de suas especializações. O profissional está capacitado para fazer o sensoriamento remoto da atmosfera (coleta e análise de dados transmitidos por satélites e radares) ou para estudar as condições meteorológicas adequadas ao plantio e colheita agrícolas. As pesquisas voltadas para o meio ambiente e a vida urbana -como o estudo de dispersão de poluentes ou das mudanças climáticas- também são especializações valorizadas. Os maiores empregadores de meteorologistas são organismos públicos -centros de previsão do tempo, institutos meteorológicos ou mesmo as universidades. Nos últimos anos, aumentou a demanda por parte de empresas estatais das áreas de energia elétrica e telecomunicações de tecnologia ambiental. A maioria dos profissionais, entretanto, está voltada para a atribuição tradicional e trabalha em centros de previsão do tempo. No Brasil, existem cerca de 500 centros como esses. Eles recebem informações sobre temperatura, ventos, nuvens, chuvas, pressão atmosférica e visibilidade de diversos pontos de observação de uma região, em horários definidos. Os meteorologistas analisam esses dados e formulam a previsão. Os resultados, no entanto, correm riscos de não se confirmarem. Ventos, frentes e nuvens podem mudar de direção de uma hora para outra. Essa alteração pode fazer com que o sol esperado por agricultores que acabaram de semear seja substituído pelas chuvas. Em geral, os meteorologistas monitoram chuvas fortes com duas a seis horas de antecedência e avisar aeroportos e defesa civil. ``Medidas preventivas podem ser tomadas para evitar tragédias", diz Paulo Marques dos Santos, 64, chefe do Departamento de Ciências Atmosféricas da USP. (DCM) Texto Anterior: Jovens pesquisadores têm oportunidades Próximo Texto: Cálculos levam estudante para urbanismo Índice |
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