São Paulo, domingo, 21 de maio de 1995
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Vida foi infeliz após volta aos EUA

DO "THE INDEPENDENT MAGAZINE"

O trabalho de Varian Fry chegou ao fim na sexta-feira, 29 de agosto de 41, quando foi preso por agentes da Segurança Nacional.
Fry teve dificuldade em encontrar um emprego, e foi recusado pelo Exército dos EUA.
O que mais o feriu foi o fato de que muitos dos refugiados célebres cuja vida salvara de repente passaram a não ter tempo para ele.
Diante de tais reveses, seu casamento com Eileen começou a fraquejar e acabou ruindo.
Em 1947, Eileen descobriu que tinha câncer do pulmão. Embora já estivessem divorciados, Fry ainda a amava, e a notícia o deixou arrasado. Ela morreu em 1948.
No ano seguinte Fry conheceu Annette Riley. Enquanto Eileen havia sido sábia, maternal, madura, Annette era ingênua e brincalhona, quase 20 anos mais jovem do que Fry. Casaram-se em 1950.
Os primeiros anos de seu casamento, quando teve três filhos, foram possivelmente os mais felizes da vida de Fry. Mas depois as coisas começaram a azedar outra vez.
Mas em 1967, numa cerimônia realizada no consulado francês em Nova York, Varian Fry foi homenageado com a Croix du Chevalier da Legião de Honra Francesa.
Convencido de que o mundo estava pronto para ouvir sua história, Fry começou a escrever um livro sobre a aventura na França.
Ele recebeu a proposta para lecionar latim, que aceitou. Não apenas era um bom emprego, como também lhe dava a oportunidade de sair elegantemente de um casamento que já estava destruído.
Uma semana depois de começar o trabalho, Fry deixou de comparecer à escola. No dia seguinte, quando faltou de novo, a escola se preocupou e avisou a polícia.
Um policial encontrou Varian Fry, morto na cama com os óculos na mão. A seu lado havia páginas manuscritas de seu livro.

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