São Paulo, terça-feira, 23 de maio de 1995
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PL ameaça expulsar Tuma caso ele não negue aproximação com PFL

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA; DA REPORTAGEM LOCAL

O PL pretende expulsar o senador Romeu Tuma (SP) caso ele não negue, publicamente, no prazo de três dias, os rumores de que pretende concorrer à Prefeitura de São Paulo pelo PFL.
``O senador contribui para o descrédito da legenda ao não se manifestar sobre as insistentes notícias de que estaria trocando de partido", disse ontem o líder do PL na Câmara, deputado Valdemar Costa Neto (SP).
Costa Neto encaminhou para Tuma uma carta do presidente do PL de São Paulo, Marcos Cintra, na qual este exige uma definição. ``Se o senador não pretende deixar o PL, esperamos o desmentido do noticiário recente, o que muito nos alegrará. Se, entretanto, deseja ingressar em outra legenda, que siga tal caminho o mais rapidamente possível", escreveu Cintra.
Costa Neto atribuiu o ``assédio" do PFL sobre Tuma a uma articulação liderada pelo ex-deputado Guilherme Afif Domingos, que foi candidato do PL à Presidência da República em 89.
Antes de dar um ultimato a Tuma, Costa Neto procurou-o pessoalmente e pediu que se definisse sobre a permanência ou não no partido. ``O senador sempre dizia que estava estudando o assunto, que em breve se resolveria".
Segundo Costa Neto, Tuma tem o aval do PL para concorrer à Prefeitura de São Paulo se quiser permanecer na legenda. ``Não temos nada contra ele. Só o que queremos é acabar com o desgaste a que o partido está sendo submetido", afirmou o deputado.
O senador já conversou com o presidente Fernando Henrique Cardoso sobre a possibilidade de mudar de partido para integrar uma legenda maior.
Segundo a Folha apurou, o presidente teria dito a Tuma que considera mais interessante ter no Senado um representante de partido pequeno, que apóia o governo, do que ver mais um parlamentar engrossar as fileiras de uma legenda grande, na qual um a mais não faria diferença.
Tuma afirmou ao presidente que seu objetivo é apoiar o governo, onde quer que esteja. Por isso, decidiu consultar FHC.
Reação
Ontem, em São Paulo, o senador disse que a atitude do deputado Costa Neto é ``ditatorial".
Segundo Tuma, ele tem sido sondado por vários partidos, mas dentro da ``normalidade" do jogo democrático.
``Essa pressão ditatorial, numa visão de quem acha que o partido tem dono, me assusta", disse. ``Ele tem que me respeitar. Eu não vou aceitar que possam me desmoralizar, pois tenho história e um mandato concedido pelo povo de São Paulo".

Colaborou a Reportagem Local

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