São Paulo, terça-feira, 23 de maio de 1995
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Torcedores temem ingresso mais caro

HUMBERTO SACCOMANDI
DA REPORTAGEM LOCAL

Várias medidas propostas pelo projeto de lei do deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP) estão provocando polêmica.
Para Jamelão, presidente da torcida corintiana Gaviões da Fiel, a maior de São Paulo, é preciso levar em consideração o impacto econômico das medidas.
``Apoiamos a numeração das cadeiras e a instalação de sistemas de vídeo, mas o futebol é a única festa do povo e isso vai encarecer o ingresso. Foi o que aconteceu no Pacaembu, que instalou cadeiras novas e numeradas", afirmou.
O presidente do Santos, Samir Abdul Hack, acredita que a modernização dos estádios terá um custo, mas que ele pode ser amortizado de outras maneiras.
``A Federação Paulista de Futebol já se ofereceu para ajudar o Santos a colocar assentos numerados na Vila Belmiro", disse.
A Fifa, órgão máximo do futebol mundial, prevê que somente estádios com todos os assentos numerados podem ser usados na Copa do Mundo.
Assim, se o Brasil quiser se candidatar a abrigar um Mundial, essa modernização terá de ser feita.
Jamelão defende também o cadastramento das torcidas organizadas, previsto pelo projeto. Mas, segundo ele, os atos de violência não partem dessas torcidas.
``É preciso controlar a venda de camisetas falsificadas das torcidas. As pessoas brigam usando essas camisas e a torcida leva a fama", disse o dirigente.
Segundo o tenente-coronel Carlos Alberto de Camargo, a Polícia Militar de São Paulo já vem realizando boa parte das medidas previstos pelo projeto de lei.
Ele é cético, porém, quanto à possibilidade de conter a violência ``por decreto".
``Nós acreditamos na força das pequenas providências para resolver grandes problemas, e não em uma solução única", disse.
Segundo ele, as técnicas a serem usadas no combate à violência, como o uso de câmeras de vídeo, não deve constar da lei.
``Se amanhã houver uma técnica melhor, seremos obrigados a manter as câmeras, pois a lei nos obrigará", afirmou.
(HuSa)

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