São Paulo, terça-feira, 23 de maio de 1995 |
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Van Morrison e Cheb Khaled são destaques de festival em Granada
CELSO FIORAVANTE
Dezesseis grupos do mundo todo se apresentaram para cerca de 20 mil espectadores nas noites de sexta e sábado. De desconhecidos, como o australiano Archie & Ruby e o marroquino Master Musicians of Jajouka, a atrações superaguardadas, como o irlandês Van Morrison e o argelino Cheb Khaled. Enquanto um grupo se apresentava no palco 1, o palco 2 era preparado para o grupo seguinte. Quando um grupo terminava, toda a platéia se transferia para o outro palco, a cerca de 100 metros. Justin Vali Trio, de Madagascar, e a dupla Archie & Ruby, da Austrália, abriram -um em cada palco- a noite de sexta. Ainda com a audiência pela metade, o Justin Vali levantou a platéia com o ritmo tropical de seus violões e valinhas (uma espécie de harpa de Madagascar com doze cordas de cada lado de seu corpo). Com um som mais intimista -voz e violão-, o casal Archie & Ruby também não decepcionou com suas baladas. Ganharam a simpatia dos espectadores por serem o grupo mais ``paz e amor" do evento. E grande parte da platéia estava ali para dois dias de ``sexo, drogas e world music". O nome mais aguardado da noite veio a seguir. Van Morrison, acompanhado por um grupo de nove músicos (liderado pelo tecladista de R&B George Fame), entrou às 21h50. Unanimidade na Espanha (quase todo grupo local já fez uma cover do cantor irlandês), o leão de Belfast fez toda a platéia dançar, principalmente com duas covers, uma jazzy de ``Fever" (de Madonna) e outra funky de ``A Man's World" (de James Brown). Atração à parte na primeira noite foi a apresentação de Shane McGowan & The Popes. O também irlandês -ex-líder do grupo The Pogues- subiu ao palco às 3h totalmente bêbado. Mal conseguia dizer os títulos das canções. Sempre acompanhado por uma garrafa de vinho na mão esquerda, McGowan levantou mais uma vez uma platéia que resistiria até às 5h na primeira noite do evento. Com esse horário, as reclamações da vizinhança vieram e o concerto de sábado teve que ser adiantado e levado a toque de caixa. Suzanne Vega, outra unanimidade na Espanha, cantou acompanhada apenas de seu violão. Com cabelos compridos e semipresos, faz com que a platéia cantasse junto sua ``Luca" em versão espanhola. Também surpreendeu ao apresentar à capella (sem acompanhamento instrumental) sua ``Tom's Dinner". A segunda noite, porém, já tinha dono: Cheb Khaled, o rei do rai (a música pop árabe). Texto Anterior: NET transmite os `Diálogos Impertinentes' Próximo Texto: Eu juros, tu te ferras e nós escorchamos Índice |
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