São Paulo, quarta-feira, 24 de maio de 1995
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Trânsito registra melhora na cidade, diz CET

DA REPORTAGEM LOCAL

O trânsito na cidade melhorou nos últimos dias. Os motoristas que rodam em São Paulo já notaram o fenômeno e a Companhia de Engenharia de Tráfego acaba de comprová-lo em números.
Comparando os congestionamentos ocorridos na cidade nos últimos dez dias com a média dos meses que vieram após a implantação do plano Real, a CET concluiu que eles tiveram menor extensão e demoraram menos tempo.
Na última segunda-feira, por exemplo, o pico de congestionamento na cidade ocorreu às 19h, durou poucos minutos e atingiu 79 km. A média nos últimos seis meses foi de 85 km. O mesmo fenômeno ocorreu na segunda-feira, dia 8 deste mês, quando a média do pico da tarde foi de 80 km.
O superintendente de engenharia de trânsito da CET, Luiz Carlos Cunha, destaca a campanha da prefeitura para evitar a entrada de caminhões nas marginas nos horários de pico como um dos fatores que melhoraram o trânsito.
Segundo a CET, na primeira quinzena da campanha, deixaram de entrar na marginal Tietê 1.810 caminhões por dia no horário do pico da manhã, entre 7h e 9h. ``Esses caminhões entraram na marginal antes ou depois do horário de pico, desafogando o tráfego", diz Cunha.
Mesmo com a melhora, o trânsito da cidade ainda está pior do que quando antes do plano Real. Em 92, por exemplo, a média do congestionamento do pico da manhã foi de 28,4 km.
O consultor especializado em trânsito, Jaime Waisman, acredita que a melhora dos últimos dias se deva a uma ``acomodação" dos motoristas. ``Eles aprenderam a conviver com a piora do trânsito ocorrida desde o início do plano Real, saindo mais cedo de casa ou procurando novos caminhos."
Para Waisman, a solução para o trânsito é o investimento em transporte públicos de boa qualidade. ``O metrô de São Paulo tem 44 km de extensão. O da cidade do México tem 200 km, o que demonstra como estamos atrasados."
Outro especialista em trânsito, o arquiteto Pedro Tadei, acredita que a melhora tenha sido impulsionada pelos indícios de desaquecimento da economia que têm surgido nos últimos dias. ``As pessoas estão economizando e voltando ao transporte coletivo", diz.
Eles também citam a falta de combustível causada pela greve dos petroleiros como um dos fatores que provocou uma queda no número de carros nas ruas.

Texto Anterior: Maluf diz que ônibus deve subir em julho; O NÚMERO; Acidente com ônibus mata 1 e fere 46 no PR
Próximo Texto: Instituto quer pedágio em avenida
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.