São Paulo, quarta-feira, 24 de maio de 1995
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Aumento de chacinas mostra grau de violência

DA REDAÇÃO

Um dos melhores indicativos do crescimento da violência durante o mês de abril é o número de chacinas que aconteceram durante o período.
Só durante o mês de abril, 18 pessoas foram mortas em 6 chacinas na região, quase o dobro que a média das chacinas dos três meses anteriores.
A primeira chacina de abril aconteceu às 17h do dia 4, na Vila Brasilândia (zona norte). Três pessoas foram assassinadas a tiros, em uma ação que não deixou sobreviventes.
Quatro dias depois, mais duas pessoas foram mortas e cinco escaparam com vida em um bar no Jardim das Imbuias (zona sul).
A terceira chacina do mês aconteceu na madrugada do dia 13. Cinco pessoas foram assassinadas em uma casa em Francisco Morato (Grande São Paulo), devido a uma suposta dívida das vítimas com traficantes.
Nos dias 16 e 17 mais duas chacinas causaram oito mortes.
Na primeira, ocorrida em um bar do Jardim Peri, os cinco mortos trabalhavam ou estudavam. Segundo vizinhos das vítimas, eles nunca haviam se envolvido em crimes.
Menos de 24h depois da chacina do Jardim Peri, mais três pessoas morreram, uma ficou ferida e outras duas escaparam ilesas da matança ocorrida em Capivari (extremo sul de São Paulo).
A última chacina de abril ocorreu no dia 23, em Franco da Rocha, deixando um saldo de três mortos.
O número médio de chacinas na Grande São Paulo já havia subido consideravelmente em relação ao ano passado. Em 94, a média era de 2,33 casos por mês. Considerando o mês de abril, a média já subiu para 4 casos por mês em 95.
O aumento do número de casos fez com que a Secretaria da Segurança do Estado criasse uma coordenadoria especializada na investigação de chacinas.
Ainda assim, a maior parte dos casos investigados permanece sem solução. Segundo a polícia, o principal problema é o silêncio das testemunhas, que, temendo represálias, afirmam não ter visto nada.

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