São Paulo, quinta-feira, 25 de maio de 1995
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Produção petroquímica cai 50% em SP

ELVIRA LOBATO
DA REPORTAGEM LOCAL

A greve dos petroleiros, que entra hoje no seu 23º dia, reduziu em 50% a produção do pólo petroquímico de São Paulo. Segundo informação da indústria, o fornecimento de nafta está completamente suspenso desde anteontem à noite
A nafta é o derivado do petróleo produzido pelas refinarias, que movimenta as centrais petroquímicas. O estoque de nafta da PQU (Petroquímica União), central petroquímica de São Paulo, só é suficiente para sete dias, mesmo assim, com a produção pela metade.
A PQU foi duplamente afetada pela greve dos petroleiros. Além da suspensão do fornecimento da nafta, a Companhia Estadual de Gás cortou o abastecimento de gás natural para a empresa e ela teve que recorrer ao óleo combustível para movimentar suas caldeiras.
Segundo a Comgás, a PQU é a maior consumidora de gás natural do Estado e foi uma das primeiras a ter o fornecimento suspenso. Em épocas normais, a Comgás recebe e redistribui 1,7 milhão de metros cúbicos (m3) de gás por dia. Com a greve, o fornecimento caiu para 600 mil m3 de gás por dia.
Segundo a empresa, seus estoques atuais de nafta e de óleo combustível só permitem manter este ritmo parcial de produção até o dia 31. A empresa calcula que já teve uma perda de R$ 6 milhões em seu faturamento, em função da greve.
A queda na produção da PQU afetou as chamadas indústrias petroquímicas de segunda geração, que consomem os derivados da nafta produzidos pelas centrais petroquímicas.
A direção da Solvay informou à Folha que sua produção de PVC e de polietileno (produtos usados na fabricação de produtos plásticos) caiu 70% a partir de sexta-feira passada. Ela calcula que terá uma redução de US$ 2 milhões em seu faturamento deste mês.
A Poliolefinas disse que sua produção diária de polietileno em São Paulo foi reduzida de 300 para 150 toneladas/dia, o que representa um impacto de US$ 150 mil em seu faturamento diário.
O presidente da Abiquim (associação da indústria química), Carlos Mariani, disse que a produção nacional de eteno (outra matéria-prima das indústrias plásticas) caiu 20%. Na avaliação da indústria, ainda não há risco de falta de produtos no mercado interno.

Texto Anterior: REPERCUSSÃO
Próximo Texto: Metalúrgicos de SP desaprovam a greve
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.