São Paulo, quinta-feira, 25 de maio de 1995
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Exército ocupa refinarias e produção é retomada

DA REDAÇÃO

O Exército ocupou na madrugada de ontem quatro refinarias de petróleo em greve. O governo afirma que o objetivo é permitir a volta dos petroleiros que queiram trabalhar. A categoria decidiu continuar a greve, que entra hoje em seu 23º dia.
Foram ocupadas a Replan, em Paulínia (SP), a Revap, em São José dos Campos (SP), a Recap, em Mauá (SP) e a Repar, em Araucária (PR). Ao todo, 1.650 soldados participaram da operação.
A produção foi parcialmente retomada ainda ontem às 9h30 na Revap. No início da tarde, problemas operacionais provocaram o lançamento de fumaça negra na atmosfera.
A refinaria diz que houve apenas uma "instabilidade" na produção, que não teria sido afetada. O Sindicato dos Petroleiros de São José diz que, com o problema, a produção voltou a ser paralisada.
As demais refinarias prometem para hoje volta parcial da produção.
A ordem para que o Exército ocupasse as refinarias foi dada anteontem pelo presidente Fernando Henrique Cardoso ao próprio ministro do Exército, Zenildo de Lucena, em audiência no Palácio do Planalto às 10h30.
Na audiência de terça-feira passada, o presidente e o ministro acertaram que seriam acionados apenas os comandos militares do Sul (Porto Alegre) e do Sudeste (São Paulo) -esperam que a medida intimide os petroleiros e eles acabem voltando ao trabalho.
Zenildo ocupou toda a tarde de terça em reuniões no Quartel-General, em Brasília, coordenando a ação e telefonando para os comandos do Sul e Sudeste.
A determinação de FHC foi a de que o Exército ocupasse as refinarias para garantir o patrimônio e permitir a entrada de quem quisesse trabalhar, com "cautela e segurança", segundo Sérgio Amaral, porta-voz da Presidência.
Os militares não participariam de qualquer fase da produção ou refino do petróleo. A infantaria do Exército, usada na ocupação, não tem especialistas suficientes para colocar em funcionamento e controlar a produção de uma refinaria.
Na divisão de tarefas, o Exército está encarregado de ocupar a parte interna e cuidar do patrimônio físico, mas sem ocupar unidades de produção. Soldados e carros de combate permanecem apenas nos pátios internos.

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