São Paulo, sexta-feira, 26 de maio de 1995
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Conflito matou 3 operários em 88

EDMUNDO LEITE
DO BANCO DE DADOS

Três operários morreram e 46 foram feridos na noite de 9 de novembro de 88, quando tropas do Exército e da PM invadiram a Companhia Siderúrgica Nacional, em Volta Redonda (RJ).
Cerca de 1.200 soldados armados com fuzis automáticos e bombas de gás lacrimogêneo ocuparam a empresa. O objetivo era retirar 3.000 metalúrgicos em greve que ali estavam desde o dia anterior.
A ordem para a invasão foi dada pelo presidente José Sarney, que enfrentava uma onda de greves.
A greve dos metalúrgicos da CSN havia começado há dois dias, e persistiu por mais 15.
Pelo menos um dos trabalhadores mortos estava trabalhando. Walmir Freitas Monteiro foi atingido nas costas quando deixava um refeitório da empresa.
O outro trabalhador morto, William Fernandes Leite, 22, foi baleado quando atirava um pedaço de ferro nos soldados do Exército.
O corpo do terceiro trabalhador morto no conflito, Carlos Augusto Barroso, 19, foi encontrado desfigurado e com sinais de violência. Suspeita-se que foi morto a coronhadas por soldados do Exército.
Na ocasião, o Ministério do Exército acusou os grevistas de terem feitos disparos com armas de fogo. O ministro da Indústria e Comércio, Roberto Cardoso Alves, responsabilizou militantes da CUT e do PT pelo confronto em Volta Redonda.
Em 2 de maio de 89, o monumento erguido para homenagear os trabalhadores mortos na invasão da CSN foi destruído num atentado à bomba.
O ex-comandante militar do Planalto, general da reserva Newton Cruz, afirmou na ocasião que aplaudia os autores do atentado. Até hoje ninguém foi responsabilizado pelas mortes ou pelo atentado ao monumento.
Quatro oficiais da PM do Rio de Janeiro foram condecorados em 89 com a medalha do Pacificador pela invasão da CSN.

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