São Paulo, sábado, 27 de maio de 1995
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Ex-juiz diz ter bola do milésimo gol de Pelé

FÁBIO GUIBU
DA AGÊNCIA FOLHA, EM RECIFE

O juiz que apitou o jogo entre Botafogo (PB) e Santos, dia 14 de novembro de 69, em João Pessoa, guardou a bola com a qual Pelé fez seu milésimo gol.
Ela está guardada em sua casa, em Recife.
Depois de quase 26 anos, Armindo Tavares de Pinho, 60, carioca, militar da reserva e supervisor do Náutico, descobriu que o gol que Pelé havia feito naquela partida -de pênalti- foi o milésimo em sua carreira.
No dia do jogo, Pinho pensou em marcar outro pênalti para o Santos, para que Pelé chegasse ao gol mil.
A Folha descobriu que no jogo Brasil x Paraguai de 18 de novembro de 1959, válido pelo Sul-Americano Militar, Pelé fez um gol que não constava de sua estatística oficial.

Folha - Qual foi a sua reação ao saber que apitou o jogo do milésimo gol de Pelé?
Armindo de Pinho - Fiquei vibrando. Eu torcia, como todos que viam aquele jogo, para que ele (Pelé) fizesse mais um na partida. Cheguei a pensar em dar outro pênalti para o Santos, mas Pelé substituiu o goleiro para não fazer outro gol.
Folha - O que o senhor sentia até saber que havia apitado o jogo do milésimo gol?
Pinho - Uma certa frustração. Mas com a correção feita pela Folha, entrei para a história com 26 anos de atraso.
Folha - Como se sente?
Pinho - Algumas pessoas não acreditavam que eu tinha apitado este jogo. Diziam que era saudade de velho. Agora, tem gente que eu nem me lembrava mais ligando para mim.
Folha - Por que guardou a bola do jogo na Paraíba?
Pinho - O Santos era um grande time e era uma festa. A bola está num pedestal de madeira, junto com meus troféus.

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