São Paulo, sábado, 27 de maio de 1995 |
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Viva a teenbolada black holandesa
MATINAS SUZUKI JR.
É incrível que, mesmo na decadência, a equipe rossonera consiga manter uma padrão de jogo moderníssimo, de ocupação de espaços, de altíssima voltagem nos perigosos contra-golpes. E ainda Marcel Desailly, que anulou o finlandês Jari Litmanen, o artilheiro do Ajax, e Albertini, com posicionamento e visão de jogo incomuns. Mas, ao Milan de tanta aplicação tática e de tanta modernidade funcional no futebol, falta um talento. A ausência de Savicevic foi letal. Resultado: um time de muita aplicação tática sem um gênio. Confesso que o Ajax do primeiro tempo me decepcionou muito. Jogou como a Holanda jogou contra o Brasil em Dallas, durante a Copa do Mundo. Três zagueiros, três atacantes fixos. Estáticos, sem mobilidade, presas fáceis. Até que o técnico Van Gaal resolveu mudar tudo no intervalo. Ele resolveu ganhar, entusiasmar o jogo. E o entusiasta, como lembra o poeta Murilo Mendes, é o portador de Deus. Viva a teenbolada black holandesa, para alegria do José Trajano. Quebrar as regras do jogo não é uma prerrogativa brasileira. Alguns dos grandes times da Europa tentam uma vaga cativa na Copa dos Campeões. E alguns dos diretores do Barcelona queriam que o time fosse convidado para próxima Copa da Uefa. O tapetão é mesmo universal. Os jornais europeus não deram que o Edmundo foi comprado pelo Flamengo. Mas noticiaram a sua convocação para a seleção brasileira. Vamos ver se desta vez ele vai. Porque talento não falta ao ``animal". Alguns adolescentes aqui em Londres, torcedores do Aston Vila, irão ver o jogos da seleção brasileira em junho. Reclamam do preço do ingresso: cerca de US$ 40. É muito caro até para país do Primeiro Mundo. Arrigo Sacchi anda me perseguindo. Além do encontro no hotel em Milão, reencontro-o no maravilhoso restaurante Drei Husaren, em Viena, na véspera do jogo entre o Milan e o Ajax. Arrigo foi aplaudido pelos italianos que lotavam o restaurante. Todo mundo fazia questão de falar com ele. É assim mesmo. Quando a seleção italiana não está jogando... No meu italiano literalmente macarrônico, troquei na coluna de quinta, certamente para o horror do Sílvio Lancellotti e do Claudio Carsughi, a cartilagem do tornozelo pela da clavícula do jogador Marco Van Basten. Mil perdões. E Auf Wiedersehen, que eu estou voltando. Texto Anterior: Novorizontino mantém estilo Próximo Texto: ANTEONTEM Índice |
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