São Paulo, domingo, 28 de maio de 1995
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Qualidade Total chega à universidade

DA REPORTAGEM LOCAL

Programas de Qualidade Total já estão sendo aplicados com sucesso nas universidades brasileiras, segundo Luiz Carlos Merege, vice-diretor administrativo da Escola de Administração de Empresas da Fundação Getúlio Vargas (FGV-SP).
Merege apresentou o tema ``A Qualidade no Ensino Superior: o caso Eaesp/FGV", segunda-feira passada, no auditório da Folha. A palestra integrou a série ``A Busca da Qualidade Total".
Pelo relato de Merege, antes da implantação do programa a FGV funcionava com uma estrutura tradicional e dividida.
``Não havia entendimento nem conhecimento entre as áreas acadêmicas e administrativas. A escola sobrevivia do nome, da fama que sempre teve."
O vice-diretor disse que mudar esta estrutura não foi um trabalho simples. ``Encontramos muitos obstáculos, mas conseguimos superá-los", afirmou.
Um dos maiores problemas enfrentados pela escola foi a falta de verbas para a reforma e compra de equipamentos. Merege contou que este problema foi superado com a criação de um ``plano de captação de recursos".
``Este plano consistiu em vender salas de aulas para empresas brasileiras, pela qual cada empresa patrocinou a reforma de uma sala", disse Merege.
Segundo o vice-diretor, em 1993, primeiro ano de implantação do programa, foram arrecadados US$ 400 mil. ``No ano passado este valor subiu para US$ 1,2 milhão, o que possibilitou a reforma completa da FGV."
Segundo Merege, a perspectiva para este ano é arrecadar mais US$ 1,3 milhão.
Outro programa aplicado com sucesso na FGV foi o de telefonia. Antes da implantação da Qualidade Total, o atendimento das ligações era centralizado em PABX, o que provocava constante congestionamento de linhas.
``Instalamos um sistema de discagem direta. A pessoa que liga para a escola pode teclar a opção que desejar e esclarecer suas dúvidas com o departamento certo."
O programa aplicado pela FGV também forneceu cursos e treinamentos tanto para professores quanto para funcionários.
``Os professores também passaram a dar cursos para os funcionários. Isso possibilitou um maior conhecimento e entrosamento entre as áreas acadêmica e administrativa", afirmou Merege.
A aplicação da Qualidade Total também possibilitou que a FGV aumentasse os programas de intercâmbio de alunos e professores. ``Na medida em que a escola foi se aprimorando e atingindo padrões internacionais, as propostas para intercâmbio aumentaram."
Como resultado final, afirmou o vice-diretor, a instituição conseguiu abandonar seu padrão tradicional, com estrutura hierárquica piramidal.
``Atualmente trabalhamos com uma estrutura horizontal, com mais divisões departamentais dirigidas por trabalho em equipe. A comunicação entre os setores é mais rápida e eficiente, assim como o atendimento às pessoas que procuram a FGV", afirmou.

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