São Paulo, domingo, 28 de maio de 1995
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Mulheres encaram a força das Harley

JOSÉ CARLOS CHAVES; EDUARDO LIMA
DA REPORTAGEM LOCAL

Pesadas (a menorzinha tem 214 kg, o equivalente a duas motos de 125 cc), grandes e de aparência robusta, as motos Harley-Davidson fascinam mulheres motociclistas com vocação para aventura.
A Izzo Harley-Davidson, importadora da marca, vende 10% de suas motos para mulheres.
Dona de uma loja de produtos de couro da marca norte-americana, Marilu Mezentsef de Oliveira, 29, é a primeira-dama do clube de harleyros (fãs da Harley) Lobos do Asfalto. Ela divide com seu marido -pilotando ou na garupa- o banco de uma Harley há 15 anos.
``Me apaixonei por elas logo que conheci. Não andaria numa japonesa de jeito nenhum. Só a Harley é uma verdadeira `bike' (moto)", diz Marilu.
Paixão também define a relação de Iara Maria Nastromagario, 55, com as Harley. Para ela, a marca tem alma própria.
Apesar de só andar na garupa da Electra Glide 95 do seu marido, Dagoberto, 58, Iara não deixa de ir a encontros de harleyros.
Nessas reuniões, muitos ficam espantados com a figura de uma senhora sobre uma Harley. ``Alguns tiram até fotos."
Surpresa mesmo causou a administradora escolar Angelina Rachele Constantino, 30, numa blitz no Rio. ``Os policiais disseram que haviam me parado só para ter certeza de que era uma mulher pilotando uma Harley", diz Angelina, dona de uma Electra Glide 79.
Ela procura outras motociclistas para fundar um clube só de mulheres, após tentativas fracassadas de entrar no Casacos de Couro, clube carioca para harleyros -homens.
A publicitária Fernanda Moulatlet, 29, pretende comprar sua Harley nos próximos meses. Até lá, circula por São Paulo com a Dyna Daytona 92 do marido.
Para Fernanda, qualquer mulher pode dirigir uma Harley. ``São motos pesadas, mas que não exigem força física do piloto", explica. ``O equilíbrio sobre a Harley é só questão de jeito."
A booker (agenciadora) de modelos Verusca Triveloni Squissardi, 27, já trocou o banco de trás da Harley do namorado por uma 883. ``Acho a moto alucinante, linda."
Dona de uma Springer Softail, a secretária-executiva Monica Riva, 29, discorda dos que dizem que a marca não é indicada para os fãs da velocidade. ``Numa arrancada, ninguém pega minha Harley."
Monica conta que ficou conhecida como ``a garota da Harley". ``As pessoas sabem que estou chegando pelo ronco da moto."
Antes de comprar sua Dyna, a estudante de publicidade Glaucia Daibes, 26, colecionava artigos com a marca Harley-Davidson.
``Numa viagem aos EUA, comprei até um espelho original da moto", diz. ``Tinha certeza de que um dia compraria minha Harley."

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