São Paulo, domingo, 28 de maio de 1995
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Cordoba traz `alma' de VW e valentia espanhola

GRACILIANO TONI
EDITOR DE VEÍCULOS

A VW tenta dar um ``olé" na Fiat trazendo da Espanha o Seat Cordoba, para concorrer com o Tipo, importado mais vendido no mercado brasileiro.
Fabricado por uma subsidiária da própria VW, o Cordoba passa ao motorista a sensação de estar guiando um autêntico VW. Como bom VW, o carro é firme -às vezes, até duro demais- e valente na cidade e em estradas.
O câmbio é ``volkswaguianamente" bom, com engates precisos e leves, sem nenhum ruído.
Como os VW brasileiros, o Cordoba tem deficiências de acabamento e de localização dos comandos e equipamentos.
Alguns chegam a ser irritantes, como a alavanca para abertura das portas, muito recuada, obrigando o motorista a se contorcer para acioná-la. Ao entrar no carro, quase sempre o pé se engancha no extintor de incêndio, colocado muito à esquerda no banco.
Também o rádio e os botões do ventilador e ar-condicionado exigem certo deslocamento do corpo.
O pior do carro é a visão para trás. As largas colunas traseiras, o formato afunilado da cabine, que fica mais estreita atrás, o aerofólio traseiro e a tampa do porta-malas extra-alta tornam quase nulo o campo de visão.
Os espelhos laterais, colocados muito baixos, não ajudam muito. Para piorar, eles, quadrados demais, não combinam com as linhas curvas do Cordoba.
Fora isso e a placa unindo as lanternas traseiras, o desenho do carro é harmonioso. Curto, alto e largo, tem aparência sólida.
Dirigir o Cordoba ajuda a aumentar a sensação de solidez. O carro enfrenta sem gemer os pisos mais esburacados. Suas boas suspensões -um pouquinho duras- mantêm o carro firme em qualquer tipo de curva, mesmo em piso irregular.
Também são eficientes os freios do carro -o sistema antitravamento ABS ajuda muito em situações de emergência- e seu motor.
Praticamente idêntico aos motores de 1.800 centímetros cúbicos usados nos VW brasileiros, o motor alemão do Cordoba tem funcionamento suave e é potente.
Sem ser um relâmpago sobre rodas, o Cordoba acelera e retoma velocidade rapidamente. Com o ar-condicionado funcionando, a perda de desempenho é grande.
Para um carro que beira os US$ 30 mil -o Cordoba GLX testado por Veículos tinha US$ 6.000 em equipamentos opcionais-, o Cordoba não é lá essas coisas em acabamento.
O preto, predominante no painel e nas forrações de portas, contrasta demais com o cinza das colunas e do revestimento do teto. O plástico da parte de trás dos bancos dá aparência de pobreza ao carro.
O modelo mais ``pelado", sem ar-condicionado, freios ABS, airbag (almofadas que se inflam em caso de fortes colisões), vidros, espelhos e travas de portas com acionamento elétrico, oferece menos que o Tipo. Ganha apenas em desempenho e em eficiência das suspensões.
Depois do Cordoba, a VW pretende trazer da Espanha os modelos Ibiza e Toledo. Todos vão ser vendidos em concessionárias Seat, ligadas a revendas VW.

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