São Paulo, segunda-feira, 29 de maio de 1995
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Hill e Kidd compartilham troféu de ``o melhor calouro" da NBA

FABIO SORMANI
COLUNISTA DA FOLHA

Você já se imaginou sendo aprovado na faculdade de seus sonhos? Já imaginou terminar o primeiro ano do curso como o primeiro aluno da classe? Se isso acontecesse, seria demais, não é mesmo?
Pois é mais ou menos esta a história de Jason Kidd e Grant Hill, dois jogadores da NBA, a principal liga de basquete do planeta. Ambos foram aprovados no difícil vestibular da liga, em junho do ano passado, e, semana passada, acabaram sendo escolhidos os melhores novatos da temporada.
Há um ano, em Indianápolis, os 27 times que compõem a NBA se reuniram para recrutar os melhores jogadores universitários, numa cerimônia anual, batizada de ``draft". Kidd, da universidade da Califórnia (Berkeley) e, Hill, da universidade de Duke (Carolina do Norte) estavam lá.
Kidd trazia no currículo números impressionantes para um jogador que ainda estava no segundo ano da faculdade (a NBA determina que apenas os atletas que estão no primeiro ano não podem se profissionalizar). Hill chegava com diploma e dois títulos universitários na mochila.
Pois escolhidos pela NBA. Kidd foi o ``draft" número dois, indo para no Dallas Mavericks. Hill apareceu em seguida, sendo pinçado pelo Detroit Pistons.
Concretizado o sonho inicial de ir para a NBA, os dois começaram a batalhar em meio aos veteranos. Depois de um ano de esforço foram aprovados. E com louvor.
Kidd teve médias de 11,7 pontos por jogo, 7,7 assistências (passe que resulta em cesta), 5,4 rebotes e 1,91 roubos de bola.
Hill mostrou 19,9 pontos por partida, 6,4 rebotes, 5,0 assistências e 1,77 roubos de bola.
Ao final de toda a fase de classificação, a NBA premia o melhor novato. A votação é feita por 105 jornalistas que cobrem o campeonato. Desta vez, Kidd e Hill deram um nó na cabeça dos jornalistas.
Os dois receberam, cada um, 43 votos e empataram em primeiro lugar. Isso só aconteceu na temporada 70/71, com Dave Cowens (Boston Celtics) e Geoff Petrie (Portland Trial Blazers).
Disse Kidd: ``Meu objetivo, quando cheguei a Dallas, era transformar os Mavericks em uma equipe ganhadora. E vamos pelo caminho certo."
Disse Hill: ``Isso não seria possível se não houvesse um trabalho de equipe dentro dos Pistons."
Hill é manjado pela galera do basquete. Ele foi o único novato na história da NBA a receber mais votos do que um veterano para um ``All Star Game", lembra-se?
Atualmente conta os lucros do primeiro ano. Tem um contrato de US$ 44 milhões por oito temporadas com o Detroit, é também o garoto-propaganda do refrigerante Sprit, do tênis Fila e da fábrica de caminhões GMC.
Kidd sonha um dia se tornar um próspero garoto-propaganda com Hill. Mas enquanto isso não acontece, retoma os estudos no verão norte-americano e promete pegar o canudo em dois anos.
No começo do ano, separou US$ 46,1 mil dos US$ 54 milhões que ganhou por um contrato de nove anos com os Mavericks e doou para uma igreja de Dallas construir uma quadra de basquete destinada à liga noturna da cidade.
A história de Kidd e Hill acaba por aqui. Mas ela poderá ter sequência semelhante de sucesso. Só depende dos dois. Currículo para isso eles têm.

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