São Paulo, segunda-feira, 29 de maio de 1995
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Funarte abre curso hoje com música e idéias

SERGIO AUGUSTO
DA SUCURSAL DO RIO

Primeiro, a música; depois, as idéias. Com o grupo musical Quadro Cervantes tocando clássicos da música libertina de séculos passados, tem início hoje, às 18h, no Palácio da Cultura, no Rio, o curso ``Libertinos Libertários", organizado pela Funarte.
Em seguida, a palestra inaugural, a cargo do professor Bento Prado Jr., da Universidade Federal de São Carlos. Paralelamente, uma exposição de artes visuais sobre o tema do curso, com obras de Rubens Gerchman, Tunga, Vergara, Lygia Pape, Alvim Correa, Adriana Varejão, Lula Wanderley, Arthur Alipio Barrio, Ernesto Netto, Miguel Rio Branco, Cassio Vasconcelos e Marcos Bonison.
As palavras libertino e libertário têm ``uma história curiosa e sinuosa nos tempos modernos", segundo o professor Prado Jr., que irá explicar as transformações semânticas pelas quais passaram. Sem compreender essas transformações, ``é impossível compreender a modernidade", afirma o professor, autor, entre outras coisas, de um livro sobre o filósofo Henri Bergson.
``Natureza e liberdade", diz ainda o palestrante, ``são conceitos que se transformam e se deformam reciprocamente nos séculos 17 e 18 do pensamento europeu, particularmente na França. Cabe repensar, através da rememoração dessas metamorfoses, o lugar atribuído à idéia de liberdade no momento mesmo em que se instaura a filosofia moderna: só assim se poderão compreender as retomadas contemporâneas dos motes libertinos e libertários na literatura ou na ideologia da transgressão".

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