São Paulo, quarta-feira, 31 de maio de 1995
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FHC prevê problemas no segundo semestre

MARTA SALOMON; GABRIELA WOLTHERS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente Fernando Henrique está certo de que o governo terá dificuldades maiores no Congresso a partir do segundo semestre, quando serão discutidas as reformas tributária e administrativa.
FHC busca o apoio dos parlamentares para o fim da estabilidade no emprego para a maioria do funcionalismo e mudanças na aposentadoria e no sistema tributário.
Esses temas porão em xeque a maioria parlamentar do governo. ``As reformas do segundo semestre serão mais difíceis porque vão afetar amplos setores da sociedade", resumiu o líder do PSDB no Senado, Sérgio Machado (CE).
O futuro da reforma foi avaliado pelo presidente ontem à noite, durante um churrasco na Granja do Torto, com 4 dos 6 governadores do PSDB: Marcello Alencar (Rio), Eduardo Azeredo (Minas Gerais), Tasso Jereissati (Ceará) e Almir Gabriel (Pará).
Também estavam presentes os ministros José Serra (Planejamento) e Sérgio Motta (Comunicações), vários integrantes da cúpula tucana e um único peemedebista: o governador do Rio Grande do Sul, Antônio Britto.
Os temas do segundo semestre deverão, segundo a cúpula tucana, mobilizar mais a sociedade. Além disso, a divisão dos parlamentares governistas tende a ser maior. ``Cada parlamentar-economista quer implantar a sua proposta", afirmou o presidente do PSDB, Artur da Távola (RJ).
Para diminuir as resistências, FHC tentará obter primeiro um consenso entre os governadores que o apóiam. Eles, então, fariam pressão sobre os parlamentares.
A estratégia já está sendo posta em prática com relação à reforma do Estado. O ministro da Administração, Luiz Carlos Bresser Pereira, está mantendo reuniões com os secretários de Administração estaduais.
(Marta Salomon e Gabriela Wolthers)

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