São Paulo, quarta-feira, 31 de maio de 1995
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Quércia ataca governo FHC, mas rejeita frente com Lula e Brizola

EMANUEL NERI
DA REPORTAGEM LOCAL

O ex-governador de São Paulo Orestes Quércia (PMDB) está disposto a conversar com Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Leonel Brizola (PDT) sobre as reformas constitucionais. Mas não quer subir no palanque da campanha pró-monopólio.
Embora discorde da proposta do governo para a quebra do monopólio do petróleo, ele não irá a Brasília pedir aos deputados do PMDB que votem contra o projeto.
Quércia acredita que sua ida a Brasília e uma ação mais ativa com Lula e Brizola na campanha pró-monopólio vão caracterizá-lo como um dissidente do PMDB.
Para ele, a imagem de dissidente não é boa para ele nem para o PMDB. O ex-governador quer fazer um trabalho diferente de convencimento dos peemedebistas.
Quer atingir dois alvos. O primeiro, mais imediato, é o projeto que quebra o monopólio do petróleo. Quércia até concorda com a proposta, mas acha o momento inoportuno. ``Precisamos antes arrumar a economia."
Seu segundo alvo é a troca do apoio ao governo FHC por uma posição de independência. ``Sinto que nossa base não quer participar dessa aventura irresponsável."
Seu discurso de domingo, com duras críticas a FHC e às privatizações, teve o objetivo de atingir esses dois alvos. Quer sentir agora a repercussão no PMDB.
Cópias do discurso foram distribuídas aos deputados e senadores do PMDB. Quércia não sabe quantos peemedebistas mudarão o voto sobre o monopólio.

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