São Paulo, quarta-feira, 31 de maio de 1995
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Demissões podem começar sexta

MARTA SALOMON
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A Petrobrás vai demitir grevistas a partir de sexta, caso a greve permaneça até lá, completando 31 dias. A demissão por justa causa após 30 dias de faltas do trabalhador é prevista na CLT (Consolidação das Leis do Trabalho).
A orientação do presidente Fernando Henrique Cardoso de punir os grevistas por ``abandono de emprego" foi transmitida ontem aos líderes de partidos governistas pelo porta-voz da Presidência, Sérgio Amaral.
Amaral reuniu as lideranças para informá-las sobre os próximos passos do governo para enfrentar a greve dos petroleiros.
Além das demissões, FHC recorreu à Procuradoria Geral da República para forçar o retorno ao trabalho dos grevistas.
Segundo o líder do PSDB no Senado, Sérgio Machado (CE), os líderes governistas apóiam a atitude de FHC de não ceder aos grevistas enquanto eles não cumprirem a decisão do TST (Tribunal Superior do Trabalho), voltando a trabalhar.

Cubatão
Machado relatou que o governo ainda não havia decidido o que fazer com a Refinaria Presidente Bernardes, em Cubatão (62 km a sudeste de São Paulo).
Na avaliação do governo, os petroleiros de Cubatão poderiam reagir a uma ocupação da refinaria pelo Exército.
Entre os participantes da reunião, o líder do PFL, deputado Inocêncio Oliveira (PE), ainda investe num acordo entre o governo e os grevistas.
``O governo poderia concordar em negociar as demissões e os dias parados e, com isso, haveria um acordo para encerrar a greve".
O porta-voz Sérgio Amaral reiterou que a negociação só será aberta após o retorno ao trabalho.

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