São Paulo, quarta-feira, 31 de maio de 1995
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Mostra de Rodin abre em São Paulo dia 7

RONI LIMA
DA SUCURSAL DO RIO

Após um público recorde de 226.116 visitantes, em 40 dias, a exposição de 58 esculturas em bronze de Auguste Rodin (1840-1917) seguiu ontem para São Paulo.
As esculturas maiores foram embaladas no térreo do MNBA (Museu Nacional de Belas Artes), no centro, em caixas especialmente preparadas, acolchoadas com isopor.
A última escultura a ser embalada foi ``Jean D'Aire Nu" (1895-1899), da série ``Os Burgueses de Calais", com 2,05 metros de altura.
Depois de embaladas, as 21 caixas foram transportadas em caminhões pela Via Dutra (Rio-São Paulo), com batedores das polícias Federal e dos Estados do Rio e São Paulo.
A exposição de obras do escultor francês, acompanhada de uma mostra de 60 fotos de Rodin trabalhando, será inaugurada para convidados em 7 de junho, na Pinacoteca do Estado de São Paulo, e para o público, no dia seguinte.
A viagem até São Paulo, que estava prevista para começar às 12h de ontem, deveria durar dez horas, segundo o responsável pela segurança do Museu Rodin, em Paris, Jean-Philippe Leclair.
O desmonte das caixas começaria hoje. No sábado, chega a São Paulo o diretor do museu Rodin, Jacques Vilain, para vistoriar a instalação da exposição.
Responsável pela vinda da exposição ao Brasil, o adido cultural do Consulado da França no Rio, Romaric Sulger Buel, se mostrava radiante com o resultado da exposição.
``A exposição foi um sucesso. E como queríamos, não foi uma exposição só para a elite", diz. ``Gostaria que os paulistas façam essa mesma festa de prazer, de encontro com a arte."
Para ele, outro ponto positivo é que o público carioca descobriu o caminho do MNBA. ``Isso é fantástico." Buel disse que esta tática -de promover exposições temporárias de artistas importantes- foi utilizada há 20 anos com sucesso na França, atraindo grande público para os museus.
``Hoje milhões de pessoas visitam nossos museus. Espero que agora os cariocas comecem a frequentar seus museus", afirma. O MNBA costuma receber público anual de 120 mil visitantes.
A diretora do MNBA, Heloísa Aleixo Lustosa, concorda que a exposição das obras de Rodin mostrou o caminho para atrair público para o museu -e que a experiência será repetida.
O mesmo esquema de exposição extraordinária será montado com a promoção da vinda de esculturas do mineiro Aleijadinho (1730-1814), até o final de junho.
A Prefeitura de Congonhas do Campo (MG) já autorizou, pela primeira vez, a saída de obras de Aleijadinho da cidade. As obras estão sendo selecionadas.
``O tabu maior foi vencido", diz a diretora do MNBA, que acredita que conseguirá expor algumas ``obras impactantes", como as esculturas em tamanho natural de ``A Ceia" de Aleijadinho e o quadro ``A Ceia" de Ataíde.
A vinda das esculturas e das pinturas é parte de um projeto que visa promover a cultura mineira no Rio. Entre outras programações, que inclui um festival gastronômico, há uma exposição de originais de manuscritos e iconografias raros na Biblioteca Nacional.

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