São Paulo, quinta-feira, 1 de junho de 1995 |
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Cultura é vítima da 'lei do atravessador'
JOÃO BATISTA NATALI
É no mínimo esquisito. No Brasil os salários são menores e os preços deveriam ser mais baixos. A causa disso tudo: a partir de julho do ano passado, ninguém diminuiu sua margem de lucro, que antes do real já era grande porque qualquer valor era corroído pela inflação. Um exemplo: uma gravadora vende seus CDs para as lojas com um prazo médio de pagamento de 40 dias. Antes do Plano Real, o dinheiro, nesse período, se desvalorizava em até 40%. Agora, se desvaloriza em só 2% ou 3%. Tanto a gravadora como o lojista poderiam ter baixado seus preços. Mas não o fizeram porque sempre acaba falando mais alto a lei da oferta e da procura. No caso dos CDs, foram vendidas em abril último 13,5 milhões de unidades, o dobro que em abril do ano passado. Com pequenas variações, o mesmo ocorreu nos mercados de vídeo, livros ou cinema. Fabricantes, distribuidores e varejistas tornaram-se, cada um a seu modo, ``atravessadores" (intermediários que encarecem artificialmente) da indústria cultural. LEIA MAIS sobre os preços da cultura à pág. 5-10 Próximo Texto: Lucro é grande e pesa no preço Índice |
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