São Paulo, quinta-feira, 1 de junho de 1995
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Situação está sob controle, diz brasileiro

DANIELA ROCHA
DE NOVA YORK

O major-aviador Vander de Oliveira, observador militar brasileiro que está no quartel general em Zagreb, disse ontem que a situação está sob controle e as atividades dos 680 observadores de 29 países continuam normais, mas não informou se havia novas informações sobre os reféns brasileiros, os capitães do Exército Harley Alves e João Batista Bezerra Leonel Filho.
Segundo a Missão brasileira junto à ONU, o general Bonumá não entrou em contato ontem. O porta-voz da ONU afirmou ontem que um dos brasileiros (ele não soube dizer qual) está em Pale, na Bósnia, e o outro está em Lukavica, subúrbio de Sarajevo onde outros 20 soldados franceses estão detidos.
Segundo o porta-voz, há registro de que eles não foram molestados, mas continuam sem comunicação com a base em Zagreb.
Leia a seguir trechos da entrevista por telefone com o major Vander de Oliveira:

Folha - O sr. tem alguma informação sobre os brasileiros que foram tomados como reféns?
Vander de Oliveira - Não. Sempre que temos qualquer notícia sobre eles, informamos à nossa cadeia de comando, às autoridades da ONU e às autoridades brasileiras.
Folha - Com o crescente número de reféns, os observadores militares estão passando a trabalhar junto das tropas da Otan para ter alguma garantia de segurança?
Oliveira - Não. Os observadores têm um trabalho à parte das tropas. Eles andam desarmados e se misturam com a população local de onde estão. Os trabalhos são feitos em grupos de observadores de diferentes países.
O trabalho do dia-a-dia de um observador militar é estar em contato com as partes beligerantes e diminuir tensões. Quando existe combate, ele deve participar de trocas de prisioneiros, arranjar reuniões para esse fim, ou seja, ele é um mediador.
Folha - É possível sentir os efeitos da guerra em Zagreb?
Oliveira - Não, a população está levando a vida normal em Zagreb, trabalhando e estudando. Já em Sarajevo é diferente. É só ligar a televisão e ver a CNN.

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