São Paulo, sexta-feira, 2 de junho de 1995
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Presidente quer manter Arida por perto

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente Fernando Henrique Cardoso quer manter o economista Pérsio Arida, presidente demissionário do Banco Central, como colaborador do governo.
Durante um jantar anteontem com um grupo de parlamentares -dia em que foi comunicado o pedido de demissão de Arida-, FHC afirmou que ``não abre mão da colaboração" do economista, um dos principais formuladores do do Plano Cruzado (em 1986) e do Real.
O presidente não anunciou que papel Pérsio Arida poderia desempenhar no comando da política econômica depois de o Senado Federal aprovar a indicação de seu substituto à presidência do BC, Gustavo Loyola, que já presidiu o banco no início do governo Itamar Franco.
FHC contou aos parlamentares que coube ao próprio Arida a indicação de Loyola.
Segundo o relato do presidente, Arida não pretende trabalhar no mercado financeiro, nem morar em Brasília. Arida afirmou que saiu do BC por motivos pessoais.
Segundo Fernando Henrique, Arida quer dar um tempo. O líder do PSDB, deputado José Aníbal (SP), propôs que o governo mantivesse o pagamento do salário a Arida por dois anos.
A proposta -condicionada ao impedimento para ex-presidentes ou diretores do BC de trabalharem como dirigentes de instituições financeiras privadas por 24 meses- foi discutida ontem pela CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara.
Questionado durante o jantar sobre o futuro da política de juros, o presidente Fernando Henrique limitou-se a informar que a redução dos juros ``é uma preocupação de governo".
O presidente insistiu, ainda, que Arida não se opunha à queda das taxas de juros.
Participaram do encontro o presidente do PSDB, Artur da Távola, o líder do partido, José Aníbal, e um grupo de deputados que negociam a filiação ao partido.
Malan
O ministro da Fazenda, Pedro Malan, em pronunciamento em rede de rádio e televisão, ontem, não fez nenhuma menção à saída de Pérsio Arida da presidência do Banco Central.
Mas na quarta-feira passada, após reunião do Conselho Monetário Nacional quando a saída de Arida foi anunciada, o ministro da Fazenda afirmou que não haverá mudanças na condução do Plano Real.

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