São Paulo, sexta-feira, 2 de junho de 1995 |
Próximo Texto |
Índice
Custo do crédito cai 1,45% ao ano
FIDEO MIYA
Esse impacto resulta da redução de 15% para 12% na alíquota do compulsório sobre crédito, determinada anteontem pelo CMN (Conselho Monetário Nacional). A partir de agora, em cada R$ 100 emprestados, o banco precisa recolher ao BC (Banco Central) R$ 12, em vez de R$ 15. Como o BC não remunera esse dinheiro e o banco paga em torno de 4% brutos ao mês para o investidor que aplicou em CDB, a conta do compulsório é cobrada de quem empresta dinheiro em banco. A outra medida adotada anteontem pelo CMN, que isentou desse compulsório os empréstimos bancários que excederem os saldos existentes no período de 15 a 19 de maio, ``será inócua". A avaliação é de Cláudio de Oliveira Torres, diretor setorial de crédito da Febraban (Federação Brasileira das Associações de Bancos). Ele afirma que, no conjunto, os bancos estão reduzindo suas carteiras de crédito, em função do aumento da inadimplência (atrasos nos pagamentos). Walter Kuroda, diretor de planejamento financeiro do banco Nacional, completa afirmando que não há espaço para aumento de empréstimos, pois o limite de captação de dinheiro pelos bancos com CDBs foi mantido. Mesmo reconhecendo que o efeito das medidas do CMN é pequeno, o presidente da Febraban, Maurício Schulman, disse que elas foram bem recebidas. ``O importante é a tendência das medidas e não o tamanho do seu efeito", disse Schulman. Na avaliação de Schulman, elas demonstram a intenção do governo de reduzir gradualmente o aperto monetário (falta de dinheiro no sistema financeiro e juros altos no crédito). Ele lembra que, na semana passada, o BC havia adotado outra medida nessa linha, permitindo que os bancos renegociem as dívidas vencidas até 30 de abril e cobradas em juízo por prazos acima de três meses e sem compulsório. Próximo Texto: Falências pedidas aumentam 44,7% Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |