São Paulo, sexta-feira, 2 de junho de 1995
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Maio registra saldo recorde de dólares

ALBERTO FERNANDES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Pela primeira vez desde outubro do ano passado, o país conseguiu em maio um saldo mensal positivo (entradas maiores que as saídas) no mercado de câmbio, de US$ 2,4 bilhões.
Esse é o maior saldo mensal registrado desde a implantação do Plano Real, em julho de 1994, e o primeiro desde a crise do México, em dezembro passado.
Nos seis meses anteriores, a perda acumulada de dólares do país foi de US$ 7,3 bilhões.
Pelo mercado de câmbio, circulam recursos do comércio exterior (exportações e importações), de aplicações financeiras (ingresso e saída de recursos do país) e de pagamentos (como royalties).
Em maio, a entrada de capital financeiro foi de US$ 930,8 milhões, enquanto no comércio exterior as exportações superaram as importações em US$ 1,497 bilhão.
Há diferenças entre o movimento físico (nos portos) do comércio exterior e o registrado no mercado de câmbio. O exportador, por exemplo, pode vender antecipadamente seus dólares e pegar os reais para aplicar no mercado financeiro. Na prática, o exportador vende seus dólares antes de embarcar seus produtos para o exterior.
Na importação, ocorre o contrário. O produto chega ao Brasil e é vendido antes de ser pago.
É por isso que se prevê um saldo negativo na balança comercial física (de produtos embarcados) para o mês de maio -de mais de US$ 900 milhões.
O movimento no mercado cambial, porém, sinaliza recuperação, a partir de junho, dos saldos positivos na balança comercial (exportações maiores que importações).
O governo aproveitou as entradas de recursos externos em maio para aumentar as reservas (caixa em moeda forte do país), comprando de US$ 1,5 bilhão a US$ 4 bilhões, segundo estimativas do mercado, pelo Banco do Brasil.
A virada do mercado indica uma melhoria das expectativas internacionais em relação ao país. Desde dezembro do ano passado, os investidores estrangeiros vinham retirando dólares da América Latina.

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