São Paulo, domingo, 4 de junho de 1995
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Reeleição de Menem não atrai investidores

SÔNIA MOSSRI
DE BUENOS AIRES

A reeleição do presidente Carlos Menem não foi suficiente até agora para atrair os investidores estrangeiros. As reservas internacionais cresceram somente US$ 450 milhões após Menem conseguir um segundo mandato, de acordo com o Banco Central.
A Bolsa de Valores de Buenos Aires, que chegou a movimentar por dia US$ 100 milhões nos primeiros anos do Plano Cavallo, continua com um volume em torno de US$ 19 milhões -sinal de que os investidores estão cautelosos.
Os investidores esperavam um novo ajuste fiscal após as eleições para permitir o cumprimento das metas de superávit nas contas públicas definidas com o FMI (Fundo Monetário Internacional).
Em vez disto, instalou-se uma disputa por causa da reforma ministerial. Os dois homens mais fortes do governo -Eduardo Bauzá (secretário-geral da Presidência) e Domingo Cavallo (ministro da Economia)- lutam por obter mais poder.
O Partido Justicialista, que sustenta o governo, desafiou Cavallo e não aprovou projeto de reconhecimento de patentes farmacêuticas (que dá o monopólio sobre invenção de medicamentos por determinado tempo).
O próprio Cavallo mudou de comportamento após as eleições. Praticamente não dá entrevistas ou declarações públicas.
Ele quer evitar o constrangimento de ter de explicar como conseguirá cumprir o acordo com o FMI sem pedir revisão das metas. Missão do FMI desembarca amanhã no país para conferir a situação das contas públicas.
Na prática, Cavallo têm duas alternativas: pedir perdão ao FMI pelo não cumprimento das metas e continuar com acesso aos financiamentos do organismo ou recorrer aos bancos comerciais, buscando novos empréstimos. (SM)

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