São Paulo, segunda-feira, 5 de junho de 1995 |
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Salvador tem 30 bairros sob risco de desabamento
TEREZA RANGEL
São bairros, na maioria, resultantes de ocupações irregulares de terrenos em encostas de morros, com construções precárias, sem critérios técnicos, segundo levantamento da Codesal (Coordenadoria da Defesa Civil de Salvador). A prefeitura não dispõe de dados precisos sobre o número de pessoas que habitam estas áreas. A estimativa é de que cerca de 65% da população de Salvador more em encostas de morros -o equivalente a 1,55 milhão de pessoas. ``A fiscalização não dá conta da saturação da ocupação em Salvador. O principal problema não são as chuvas, mas a desordenação na ocupação", disse a chefe do setor de estatísticas e informação da Codesal, Maria Emília Freire. O diretor do Instituto de Geociências da Universidade Federal da Bahia, Délio Pinheiro, diz que há quatro fatores que provocam os deslizamentos de terras na cidade: a intensidade das chuvas, a forma de inclinação das encostas, a natureza da cobertura vegetal e a natureza geológica do meio. Pinheiro afirma que se dependesse apenas da qualidade do solo de Salvador, não haveria tantos problemas com deslizamentos e soterramentos. ``O comportamento do solo de Salvador é bom, não traria problemas por si só." Para ele, a combinação das chuvas com a ação do homem sobre o meio ambiente é ``explosiva". Faz questão, porém, de se basear em dados históricos para defender a criação de um órgão governamental para cuidar apenas de questões relativas a encostas e riscos de deslizamento. ``Fundada em 1549, Salvador já registrava, em 1551, o primeiro deslizamento de terra no que é hoje a praça Castro Alves." Este dado mostra, segundo o professor, que tragédias como as de São Gonçalo do Retiro e Cajazeiras 6 vão continuar a ocorrer enquanto não forem adotadas medidas permanentes de prevenção. Texto Anterior: `Curso Rápido de Vinho' tem 1ª palestra Próximo Texto: Encontrados mais 5 corpos Índice |
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