São Paulo, terça-feira, 6 de junho de 1995 |
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PMDB cobra dívida de irmão de Fleury
XICO SÁ; EMANUEL NERI
O valor é referente às contas que não foram pagas na campanha do então candidato do partido ao governo paulista, Barros Munhoz, nas eleições do ano passado. Segundo apurou a Folha, a cobrança foi enviada há 20 dias a Munhoz, que a está repassando para Lilico, tesoureiro informal da campanha do PMDB e ex-secretário estadual de Governo. No ofício enviado ao ex-candidato, a Executiva estadual do partido esclarece que a dívida deve ser paga por Munhoz ou pela pessoa designada como responsável pela arrecadação de fundos -o irmão do ex-governador Fleury. Munhoz disse ontem que o partido precisa saber quem autorizou os gastos. ``A conta não é minha", afirmou. ``Não fiz essas despesas e não sou responsável por elas". Enquanto as pessoas envolvidas com a campanha eleitoral tentam resolver essa intriga, os credores estão batendo às portas dos peemedebistas e já recorreram inclusive à Justiça para tentar receber. A direção teme que o PMDB venha a sofrer punições do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), a quem cabe fiscalizar a contabilidade das campanhas. Essa pendência tem reforçado o clima de conflito entre as correntes do partido em São Paulo: os aliados do ex-governador Orestes Quércia e os de Fleury. Como o quercismo domina hoje o partido no Estado, a cobrança ao irmão de Fleury tende a ser mais dura daqui para a frente, segundo apurou a Folha. No final do ano passado, em discurso na Assembléia Legislativa, Munhoz lançou dúvidas sobre a coleta de dinheiro da sua campanha. Acossado pelos credores, ele disse na ocasião que poderia ter havido ``desvio" dos recursos. Lilico argumenta que nunca autorizou despesas nem coordenou a arrecadação. As despesas devem ser pagas pelo partido, segundo ele. ``Eu cuidava apenas da parte política e operacional", disse. Texto Anterior: Sem-terra acampam em praça de Curitiba; Jayme Sirotsky assume vice-presidência da Fiej Próximo Texto: Até fotocópias não foram pagas Índice |
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