São Paulo, terça-feira, 6 de junho de 1995
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Olodum entra na polêmica do Zumbi gay

DA AGÊNCIA FOLHA, EM SALVADOR

O diretor da banda Olodum Antônio Luiz Alves de Souza, o ``Neguinho do Samba", compôs uma música que contesta a hipótese de que o líder negro Zumbi dos Palmares seria homossexual.
Há três semanas, o antropólogo e presidente do GGB (Grupo Gay da Bahia), Luiz Mott, publicou artigo em que relatava cinco indícios de que Zumbi seria homossexual. Um dia depois, Mott teve sua casa e seu carro pichados.
A letra da música composta por Souza ironiza afirmações de Mott (leia ao lado). ``Todos têm o direito de emitir opiniões, mas também devem saber ouvir", disse Souza.
``Descanse em Paz" não é a primeira música que Souza faz em homenagem a Zumbi. Há dois anos, o diretor da banda Olodum compôs ``Grande Guerreiro".
``Zumbi, um grande guerreiro, exaltam o seu nome, pelo mundo inteiro", diz o refrão.
Souza afirmou que a polêmica em torno da eventual homossexualidade de Zumbi ``não vai tirar o brilhantismo de sua vida na região dos Palmares".
A Agência Folha ligou ontem à tarde para a casa de Mott, em Salvador. Uma mulher que se identificou como sua empregada afirmou que ele estava em Brasília.
Também foram deixados recados na secretária eletrônica de Mott. Até as 17h30, o antropólogo não havia retornado as ligações.
O ano de 1995 marca os 300 anos da morte de Zumbi -um dos principais organizadores do Quilombo de Palmares, que ficava onde hoje é o Estado de Alagoas.
Quilombos eram áreas ocupadas no Brasil por escravos fugitivos, entre os séculos 17 e 19. Palmares foi o mais importante deles. Durou quase um século e chegou a ter 20 mil habitantes.

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