São Paulo, terça-feira, 6 de junho de 1995
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Ministros gregos negociam a libertação

ROGÉRIO SIMÕES
DO ENVIADO ESPECIAL

O governo da Grécia começou ontem uma ofensiva diplomática para tentar a libertação dos 257 soldados e observadores militares das Nações Unidas, entre eles dois brasileiros, mantidos pelos sérvios da Bósnia como reféns.
Os ministros gregos do Exterior, Karolos Papoulias, e da Defesa, Gerasimos Arsenis, foram à cidade de Pale, na Bósnia, para uma reunião com o comando das forças sérvias no país.
Os dois teriam ainda ontem à noite uma reunião na capital sérvia, Belgrado, com o presidente Slobodan Milosevic, para tentar definir uma proposta para a libertação dos reféns.
O governo da Sérvia chegou a divulgar uma nota em que afirma que um acordo para que os membros das forças de paz sejam soltos está próximo de ser alcançado.
Mas um dos comandantes das tropas sérvias bósnias, general Ratko Mladic, voltou a afirmar que a libertação do grupo só ocorrerá se a Otan anunciar o fim definitivo dos ataques aéreos.
A crise dos reféns começou depois que aviões da Otan bombardearam bases militares ao redor da cidade de Pale, reduto sérvio bósnio, nos dias 25 e 26 de maio.
A interferência da Grécia, que sempre manteve boas relações com os sérvios, pode ser decisiva para o fim da crise.
O presidente Milosevic também é grande interessado na libertação dos soldados e observadores da ONU, mas para isso quer que as sanções econômicas contra o seu país sejam suspensas.
O comando da ONU em Sarajevo não tem conseguido mais contato com as forças sérvias em Pale, cidade a 16 km de Sarajevo, e nenhuma informação sobre as condições dos reféns foi passada nos últimos dois dias.
A Cruz Vermelha continua tentando, sem resultado, ter acesso aos prisioneiros para observar como o grupo está sento tratado.
Os sérvios também não divulgaram nenhuma informação oficial sobre o paradeiro do piloto norte-americano cujo avião F-16 foi derrubado na última sexta-feira.
O comando das forças de paz na Bósnia espera para os próximos dias uma definição do Conselho de Segurança das Nações Unidas sobre o papel da nova força aprovada no último sábado, em Paris, a força de reação rápida.
Seu contingente pode chegar a 10 mil homens e sua tarefa seria principalmente abrir caminhos dentro do território bósnio controlado pelas forças sérvias.
(RS)

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