São Paulo, quarta-feira, 7 de junho de 1995
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STF mantém prisão de seis acusados de castrar meninos

OLÍMPIO CRUZ NETO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A 2ª Turma do STF (Supremo Tribunal Federal) decidiu ontem, por 3 votos contra 1, manter a prisão preventiva de seis acusados de crime de estupro, castração, assassinato e desaparecimento de 19 crianças e adolescentes em Altamira (PA), a 550 km de Belém.
Os advogados de defesa encaminharam pedido de habeas corpus ao STF, alegando que o juiz Orlando Arrifano, da Comarca de Altamira, conduziu com parcialidade o caso e que teria impedido o amplo direito de defesa dos réus.
O recurso havia sido negado anteriormente pelo Tribunal de Justiça do Pará e pelo Superior Tribunal de Justiça. O processo está em fase final, aguardando a data do julgamento por júri popular.
Os ministros do STF reconheceram, por unanimidade, a existência de erros processuais, determinando a tomada de novos depoimentos de testemunhas de defesa.
Os quatro acusados que estão presos são o estudante Amaílton Madeira Gomes, o ex-PM Carlos Alberto dos Santos e os médicos Césio Flávio Caldas Brandão e Anísio Ferreira de Souza.
Outros dois acusados -entre eles o ex-PM Aldenor Ferreira Cardoso-, que têm prisão preventiva decretada, estão foragidos. O comerciante Amadeu Madeira Gomes, pai de Amailton, responde o processo em liberdade.
A história dos crimes começou no dia 2 de agosto de 1989, quando o menor J.S.M, 8, saiu de sua casa em Altamira e foi assediado por um homem. J.S.M. foi encontrado horas depois com marcas de sevícias sexuais e castrado.
A sequência de crimes seria de seis assassinatos -com castração e abusos sexuais-, cinco desaparecimentos, cinco tentativas de sequestro e três casos de castração.
Em maio de 94, o Ministério da Justiça enviou comissão a Altamira, que até hoje não apresentou seu relatório.

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