São Paulo, quinta-feira, 8 de junho de 1995
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Negociações serão retomadas hoje no Rio

DA SUCURSAL DO RIO

Petroleiros e Petrobrás voltam hoje à mesa de negociação para discutir o desconto dos dias parados e ``formas de amenizar a situação financeira dos funcionários", segundo Cid Rodrigues, principal negociador pela empresa.
A reunião ocorrerá na sede da Petrobrás, no centro do Rio. A readmissão dos demitidos -principal reivindicação dos petroleiros- não estará em pauta, segundo Rodrigues.
A FUP (Federação Única dos Petroleiros), no entanto, pretende levar para a reunião de hoje a questão dos demitidos e quer que a Petrobrás pague os dias parados. A empresa pretende descontar os dias de greve, mas admite parcelar o desconto.
``A empresa decidiu não pagar esses dias, mas podemos ainda, no bojo das negociações, tentar algum avanço", disse Rodrigues.
Para ele, ``os conflitos poderão ser resolvidos antes do que se imagina".
``Basicamente, os petroleiros querem o cancelamento de todas as demissões. A Petrobrás informou que poderia analisá-las e corrigir equívocos. Mas não é possível rever todas as demissões. Apenas algumas serão revistas, de flagrante injustiça", disse ele.
Ainda estão sendo estudadas as circunstâncias de cada demissão. ``Veremos cada uma delas, caso a caso. As demissões ocorreram nas unidades. Os superintendentes regionais, os das refinarias, deverão fazer um levantamento. Mas a empresa precisa preservar valores importantes, como a disciplina, por exemplo. Teremos esse quadro na reunião da próxima segunda-feira."
Rodrigues disse também que a Petrobrás vai antecipar o pagamento de passivos (dívidas) trabalhistas como ``demonstração de boa vontade da empresa".
Os petroleiros estiveram em greve durante 31 dias. O movimento terminou sexta-feira passada, mas os petroleiros decretaram ``estado de greve" até o fim das negociações.
A primeira reunião foi classificada como um ``mau passo" pelo coordenador nacional da FUP, Antônio Carlos Spis.
Os petroleiros consideram ``ponto de honra" a readmissão de todos os empregados demitidos durante a greve (71, segundo a FUP, e 104, segundo a empresa). Além disso, querem incluir reivindicações salariais na pauta.
A Petrobrás só admite discutir os reajustes salariais na data-base dos petroleiros (em setembro). ``Essa é uma decisão governamental", afirmou Rodrigues.
Segundo ele, por mais que Spis tenha reafirmado, após a reunião de anteontem, que as questões salariais estão em pauta, os negociadores da FUP não pretendem insistir nessas reivindicações.
Os petroleiros priorizam, neste momento, a readmissão de todos os demitidos. Mas a Petrobrás decidiu manter parte delas.
Somente hoje, seis dias após o fim da greve, a Reduc (Refinaria de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense) reiniciará a produção de gasolina própria ao consumo.

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