São Paulo, quinta-feira, 8 de junho de 1995
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Professores rejeitam repor aula em julho

DA REPORTAGEM LOCAL

Os professores da rede estadual de ensino não querem repor no recesso de julho os 30 dias que ficaram parados durante a greve da categoria, em abril, como quer a Secretaria da Educação.
A posição foi defendida ontem em audiência pública realizada no auditório do Palácio dos Bandeirantes.
Segundo o presidente da Apeoesp (sindicato dos professores do Estado de São Paulo), Roberto Felício, o governo não dá autonomia suficiente aos conselhos de escolas para que eles possam resolver uma questão em que são os maiores interessados.
A Apeoesp defende que professores, pais e alunos de cada escola decidam qual a melhor maneira de repor as aulas.
Felício disse que Secretaria da Educação baixou uma resolução determinando que os dias de greve sejam repostos durante o recesso de julho.
``Mas nada foi negociado com as entidades de ensino", afirmou. ``Estamos sendo surpreendidos por resoluções que saem todos os dias no Diário Oficial sem nenhuma discussão."
A secretária da Educação, Rose Neubauer, argumenta que o primeiro semestre letivo precisa ser encerrado antes do recesso. Segundo ela, se as reposições forem feitas só aos sábados, os primeiros seis meses do ano letivo serão concluídos apenas em dezembro.
Salários e vaias
A secretária Rose Neubauer foi vaiada quando tocou no assunto ``salários". Em um telão, ela mostrou quanto ganham professores da rede estadual -R$ 400,00 e R$ 480,82, níveis 1 e 3, respectivamente, por 40 horas semanais.
Diretores ganham R$ 1.089,30.
Brandindo contracheques, alguns professores e diretores gritavam: ``Mentira! Mentira!"
O governador Mário Covas disse que quem não recebeu em maio os salários apresentados pode reclamar na Secretaria da Fazenda. ``Se não forem atendidos, podem reclamar para mim", finalizou Covas.

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