São Paulo, quinta-feira, 8 de junho de 1995
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Câmara vota projeto de novos corredores

LUIS HENRIQUE AMARAL
DA REPORTAGEM LOCAL

O projeto da prefeitura que cria 15 corredores exclusivos de ônibus na cidade, orçado em US$ 700 milhões, pode passar hoje pela última etapa antes do início das obras.
Está prevista a votação na Câmara da criação do Funcor, o Fundo Municipal do Sistema de Corredores Segregados Exclusivos para o Tráfego de Ônibus.
O fundo servirá como garantia de pagamento para as empresas privadas que vão construir os corredores. Com sua aprovação, elas conseguirão obter empréstimos do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) para a obra.
Essas empresas venceram a concorrência da prefeitura que juntava em um mesmo pacote a construção e operação dos corredores.
``Operação" é o termo técnico que compreende toda a parte operacional de uma linha de ônibus, da contratação dos motoristas até a manutenção dos veículos.
``A criação do fundo através de lei é necessária para dar seguranças às empresas que estão investindo na construção dos corredores. Elas precisam ter garantia de que os próximos prefeitos continuarão a pagar pelas obras", diz o presidente da SPT (São Paulo Transportes), Francisco Cristhovam. A SPT é a empresa municipal que subistituiu a CMTC.
O projeto dos corredores é um dos mais caros da gestão Paulo Maluf. Ele prevê o gasto de R$ 700 milhões em obras. Pela operação dos corredores, por oito anos, as empresas vão receber cerca de R$ 3,5 bilhões.
Para chegar aos R$ 3,5 bilhões, a prefeitura estimou o número de passageiros que devem usar o sistema de corredores nos próximos oito anos e multiplicou pelo valor pago por passageiro.
Para a prefeitura, a vantagem dos corredores é aumentar a velocidade média dos ônibus e diminuir o número de unidades rodando na cidade, uma vez que os novos veículos terão maior capacidade de transporte de passageiros.
O Funcor vem sendo criticado pelos vereadores Adriano Diogo e Sérgio Rosa, ambos do PT.
Eles afirmam que a prefeitura não poderia dar garantias para um empréstimo que será feito por empresas privadas. ``Isto é proibido por lei", diz Rosa.
Diogo coloca a licitação dos corredores sob suspeita. ``Não houve concorrência, apenas uma empresa se candidatou para cada corredor. Parece que houve um acerto anterior entre elas", diz.
O coordenador do projeto na SPT, José Odair Diniz, contesta as acusações. ``Várias empresas participaram da concorrência e as mais habilitadas ganharam."

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