São Paulo, quinta-feira, 8 de junho de 1995
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Comunidade da Paraíba utiliza `fogão solar' alemão

ADELSON BARBOSA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM UIRAÚNA (PB)

Os 400 moradores do distrito de Areia, no município de Uiraúna (460 km a noroeste de João Pessoa-PB) estão cozinhando em fogões movidos a energia solar.
O sol substitui gás de cozinha, lenha, carvão vegetal ou energia elétrica. O fogão solar não oferece perigo de explosão e não polui o meio ambiente.
Uma fábrica comunitária de fogões movidos a energia solar foi doada à comunidade por um grupo de jovens católicos alemães.
A tecnologia dos fogões foi desenvolvida pelo engenheiro D. Seifert, professor da Universidade de Munique (Alemanha).
A convite do padre Domingos Cleites Claudino, 51, cinco estudantes católicos alemães estiveram em Uiraúna no ano passado para instalar a fábrica.
Inicialmente, foi montado um fogão em um terreno da igreja de Areia. Os estudantes ensinaram as famílias a utilizá-lo.
O fogão era usado em sistema de rodízio. A experiência durou um ano e foi aprovada.
A partir daí, os alemães treinaram cinco jovens da comunidade para trabalhar na fábrica montando os fogões.
Depois que retornaram, os estudantes fizeram uma campanha na Alemanha para arrecadar verbas destinadas à construção do prédio da fábrica e à compra de parte do material para a montagem dos fogões.
A campanha de arrecadação proporcionou R$ 4.000. O prédio foi construído em sistema de mutirão.
Na fábrica, há oito fogões prontos e material suficiente para a montagem de mais 15.
Os fogões solares serão vendidos por R$ 130,00. As primeiras unidades serão destinadas à comunidade de Areia e sítios vizinhos. O dinheiro da venda será aplicado na compra de material para a montagem de outros aparelhos.
O único gasto para quem opta pelo fogão solar é o da aquisição do aparelho. Uso e manutenção têm custo zero durante todo o ano. Basta apenas que haja sol.
``O único problema de funcionamento ocorre quando falta sol", disse Claudino.
O fogão solar é indicado para quem mora na zona rural e recomendado para a região Nordeste, onde o sol aparece o ano inteiro.
Segundo o padre, a expansão do fogão solar vai contribuir para a preservação ambiental, já que não será mais necessário o uso de lenha, que provoca desmatamento e polui o ar com fumaça.

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