São Paulo, quinta-feira, 8 de junho de 1995
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Governador do Arkansas é indiciado

CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
DE WASHINGTON

O governador do Estado norte-americano de Arkansas, Jim Guy Tucker, foi indiciado ontem pelo promotor independente do caso Whitewater.
Tucker, que faz 52 anos na próxima terça-feira, é acusado de falsidade ideológica e conspiração para fraudar o imposto de renda.
Ele foi o vice-governador de Bill Clinton nos anos de 1991 e 1992 e é um dos principais aliados políticos do presidente.
O caso Whitewater envolve negócios suspeitos de Clinton e sua mulher Hillary no período em que ele governou o Arkansas, região sul dos Estados Unidos.
Segundo a acusação contra Tucker, ele se beneficiou de empréstimo no valor de US$ 300 mil concedido por um banco de apoio a pequenas empresas.
O presidente desse banco, David Hale, é um ex-juiz de Arkansas, nomeado pelo então governador Clinton. Hale acusa o atual presidente de tê-lo forçado a conceder empréstimos ilegais para amigos e associados.
Segundo Hale, que já foi condenado no caso Whitewater e agora coopera com a promotoria, ele também teve que emprestar US$ 300 mil para Susan McDougal.
McDougal e o marido, Jim, eram os sócios de Bill e Hillary Clinton na construtora Whitewater, também acusada de fraudes contra o fisco.
Jim McDougal era o dono de um banco, o Madison Guaranty, que fez empréstimos atualmente sob investigação para Clinton.
Se for considerado culpado, Tucker pode ser condenado a 12 anos de cadeia e ser multado em até US$ 750 mil.
Ele é a mais alta autoridade indiciada até agora no caso Whitewater. Várias outras pessoas ligadas a Clinton, inclusive o ex-subsecretário da Justiça Webester Hubbell, foram indiciadas.
O promotor independente que investiga o caso, Kenneth Starr, já ouviu depoimentos do presidente e da primeira-dama.
Veto
Em Washington, Clinton não comentou o indiciamento de seu ex-vice e sucessor no governo de Arkansas.
Ele utilizou ontem pela primeira vez em seu governo o poder presidencial de vetar um projeto de lei aprovado pelo Congresso.
O veto barra cortes de despesas em educação e programas de assistência social de US$ 16,4 bilhões.
A oposição republicana no Congresso informou que vai reescrever o projeto de lei e garantir a sua aprovação.

Texto Anterior: Austrália pode virar república em 2001; Falha humana foi causa de acidente
Próximo Texto: Projeto deixa teens em casa
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.