São Paulo, quinta-feira, 8 de junho de 1995
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Cozinha da capital não se resume às 'parrillas'

Alternativas vão da cozinha italiana à naturalista

DENISE CHRISPIM MARIN
DA ENVIADA ESPECIAL A BUENOS AIRES

Não se pode mais dizer que a culinária de Buenos Aires privilegia só quem aprecia carnes vermelhas -embora os locais especializados em ``parrillas", o churrasco argentino, continuem consagrados.
Existe na cidade uma série de alternativas originais -e saborosas. A forte herança italiana foi incorporada por casas que antes se concentravam no preparo de churrascos e papas (batatas) fritas.
As massas conquistaram espaço em quase todos os cardápios e cozinhas. É o caso do Intermezzo (r. M.T. Alvear, 423) e do San Babila (r. Larralde, 1.524).
O contraponto com a culinária tradicional da capital está na abertura recente de casas naturalistas de alto nível. As receitas tendem a ser buriladas e permitem apenas o uso de produtos sem agrotóxicos.
O Alicia (r. Santa Fe, 975) e o Mun (r. Paraguay, 415) são alguns dos que aderiram a essa proposta.
Sem se definir, o Le Trianon (av. del Libertador, 1.902) mantém a dubiedade: é restaurante e casa de chá, mescla as gastronomias italiana e francesa.
A casa oferece um conjunto que satisfaz olhos e paladar. Em dias ensolarados, você pode fazer a refeição ou tomar café em um jardim externo -ao lado do chafariz povoado por carpas e diante da fachada do Palácio Errázuriz.
As cafeterias são pontos inevitáveis e imperdíveis em um roteiro por Buenos Aires -principalmente quando o vento sopra, gelado, do rio da Prata. São acolhedoras.
As pessoas se sentam sozinhas, munidas de jornais ou livros, ou em rodas de amigos. Passam um bocado de tempo ali -o que explica o alto preço do cafezinho, entre US$ 1,80 e US$ 2,00.
O Gran Café Tortoni (av. de Mayo, 829) é tradicional ponto de encontro. Mesas de mármore, vitrais e lustres criam um ambiente tão rebuscado quando antigo.
Inaugurado em 1858, preserva a fama de incentivar jovens poetas e artistas. O cenário é mais importante que o serviço, demorado.
Mais recente (1889) e completamente distinto, é o Plaza Dorrego Bar (r. Defensa, 1.098).
Lembra o clima operário dos anos 30 e 40. É um lugar para ouvir tango, tomar chope e comer amendoim torrado. Suas ``medialunas" (espécie de croissant) são tão boas quanto as dos mais requintados cafés.
(DCM)

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