São Paulo, domingo, 11 de junho de 1995
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Oferta de escritórios despenca em SP

DA REPORTAGEM LOCAL

Encontrar escritório para comprar ou alugar está mais difícil. Depois de seis meses de recuperação, o mercado atravessa desde março a maré baixa da estagnação.
Compradores e construtores optaram pela cautela diante da política de juros altos praticada pelo governo federal.
Entre setembro de 94 e fevereiro de 95, o setor pôde respirar e sair da crise em que estava atolado desde a edição do Plano Collor, em março de 90.
No entanto, os bons ventos trazidos pela reativação da economia após o Plano Real cessaram com as medidas de restrição ao crédito adotadas pelo governo este ano.
Os investidores recuaram e passaram a pensar duas vezes antes de arriscar no mercado imobiliário.
Segundo pesquisa do Datafolha, em julho de 94 foram ofertadas 1.714 escritórios para locação em São Paulo. Em abril último, havia 1.092 unidades comerciais para alugar -uma queda de 36,3%.
``Com os juros altos, a primeira reação é fugir do mercado de imóveis comerciais", explica Walter Lafemina, 48, presidente em exercício do Secovi-SP (sindicato das imobiliárias de São Paulo). ``Há mais de um ano quase não há renovação do estoque."
Por isso é cada vez menor a oferta de escritórios disponíveis para venda e locação. Só não há uma crise de oferta mais grave porque a procura também se reduziu -os compradores esbarram na falta de financiamento para a compra de imóveis comerciais.
A principal opção seria a carteira hipotecária da Caixa Econômica Federal (CEF). Em julho passado, no entanto, a CEF foi proibida pelo Ministério da Fazenda de trabalhar com este tipo de financiamento. Apenas contratos firmados antes de julho foram mantidos.
O resultado é que em 1992 esta modalidade de financiamento despejou R$ 723 milhões ao mercado imobiliário, enquanto em 1992 o valor caiu para R$ 5,6 milhões.
Aos construtores não resta outra saída senão buscar formas de financiamento próprias. Como os escritórios são vendidos quase sempre com o prédio pronto (e não na planta), poucos se arriscam a bancar o investimento.
A situação é pior no mercado de locação. Hubert Gebara, 58, da Hubert Imóveis, vê um cenário preocupante caso haja um aumento da procura nos próximos meses. Mas ele acredita numa reação do mercado ao aumento da demanda. ``Temos estoque para mais um ano. Até lá, as construtoras têm condições de renovar as ofertas."

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sobre o mercado de escritórios na pág. 9-3

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