São Paulo, domingo, 11 de junho de 1995 |
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A arte de flagrar o real
INÁCIO ARAUJO Tomemos um dos episódios de ``Paisà": um soldado norte-americano vai encontrar uma prostituta. Não é outra, senão a garota por quem se apaixonou tempos atrás. Esse documento em seis partes sobre a devastação da guerra na Itália é filmado em tom sóbrio, como se procurasse compor uma reportagem sobre o assunto, abordando várias cidades e regiões do país a partir do momento em que os norte-americanos o invadem. Mas o realismo de Rossellini tem um efeito curioso: quanto mais se apega ao real -não um real ``pret-à-porter", mas algo que se organiza à nossa frente- mais consegue nos comover. Rossellini não convence pelo truque, pelo efeito, mas pelo cinema.PAISÀ (Paisà). Itália, 1947, 108 min. Direção: Roberto Rossellini. Com Carmela Sazio, Robert Van Loon, Alfonsino. Em preto-e-branco. Legendado. Na Cultura. Texto Anterior: O homem do Oeste Próximo Texto: ÍNDICES Índice |
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