São Paulo, terça-feira, 13 de junho de 1995
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Previsão de vendas em 95 divide indústria de máquinas agrícolas

DA REPORTAGEM LOCAL

A indústria de máquinas agrícolas está dividida em relação à previsão de vendas para este ano.
Enquanto a New Holland, líder no mercado de colheitadeiras, acredita que as vendas fiquem abaixo das 46,5 mil máquinas de 94, a Iochpe-Maxion, campeã no mercado de tratores, é mais pessimista.
``Apostamos em um resultado parecido com o do ano passado", afirma Murilo Bueno Kammer, diretor corporativo da Iochpe-Maxion.
Segundo Kammer, os agricultores agora têm a menor taxa de juros praticada no país, o que vai estimular a recuperação do terreno perdido em abril e maio.
Para ele, a indústria deve voltar a vender cerca de 4.000 máquinas mensais ainda em junho.
``O produtor não recupera a credibilidade no governo imediatamente. O cenário no momento ainda é de desânimo", diz José Silva Tavares, diretor de operações da New Holland.
Para Tavares, apesar da redução dos juros no crédito agrícola, o impasse provocado pelo impacto da TR no custo financeiro dos empréstimos vai afetar o plantio da próxima safra.
A New Holland completou a redução do seu quadro de empregados em maio, para se adequar à retração do mercado, diz Tavares.
O quadro foi diminuído de 1.600 trabalhadores para 1.100 na fábrica de Curitiba (PR). Cerca de 80% dos demitidos eram empregados temporários.
Pérsio Pastre, diretor da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), acha que a indústria poderá se considerar vitoriosa se vender 30 mil tratores.
No ano passado, foram vendidos 38,5 mil tratores.
A Anfavea previa, no início deste ano, que o mercado de máquinas agrícolas teria um crescimento entre 15% e 20% sobre as vendas de 1994.
As vendas de máquinas agrícolas em maio somaram 1.400 unidades, com queda de 34% sobre abril e de 70% sobre o resultado de igual mês de 94 (veja acima).
``A redução foi causada pela nova suspensão das liberações de recursos da Finame por parte do Banco do Brasil", diz o diretor da Anfavea.
O banco suspendeu a liberação da Finame Agrícola (linha de crédito para a compra de máquinas) para evitar que os juros deste empréstimo também fossem questionados pela bancada ruralista.

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