São Paulo, terça-feira, 13 de junho de 1995
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Portuários de Santos fazem paralisação pela 3ª vez este ano

DA AGÊNCIA FOLHA EM SANTOS; DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Os 6.000 funcionários da Codesp (Companhia Docas do Estado de São Paulo), estatal que administra o porto de Santos (SP), entraram em greve ontem por tempo indeterminado.
Essa é a terceira greve dos portuários este ano. A primeira foi entre 6 e 8 de março e a segunda (greve nacional) entre 21 e 22.
A categoria -com dissídio em junho- reivindica 29% de aumento real a título de produtividade, com base no superávit de R$ 41,4 milhões das estatal em 94.
A direção da Codesp disse não ter autonomia para negociar com os grevistas. A estatal é subordinada ao Ministério dos Transportes.
Hoje, às 14h, representantes dos portuários e da Codesp se reúnem no TRT (Tribunal Regional do Trabalho), em São Paulo.
Na última sexta-feira, o TRT propôs 7% de aumento real. Os sindicatos concordaram. A Codesp deve divulgar hoje a sua posição.
Segundo o diretor do Sindicato da Administração Portuária (ligado à CUT) Everandy Cirino, as lideranças sindicais são favoráveis à proposta do TRT. ``Não sabemos se é o momento certo para uma queda-de-braço com o governo."
Segundo a Codesp, a greve no porto provoca uma perda de arrecadação de R$ 1 milhão por dia.
O governo não vai conceder reajuste real de salário para os portuários em data-base. O CCE (Comitê de Controle das Estatais) distribuiu um documento para as oito companhias docas limitando os aumentos salariais ao IPC-r (Índice de Preços ao Consumidor do real) acumulado no período.
O ofício pede até mesmo a revisão dos acordos coletivos anteriores. A Folha apurou que as empresas estarão obrigadas a contestar em juízo as cláusulas não acordadas com os trabalhadores.
As orientações do CCE são duras e impedem a cessão de novos benefícios. Uma das vantagens já em questionamento é a redução do adicional noturno, que varia de 70% a 100%, para 50%.

Colaborou a Sucursal de Brasília

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