São Paulo, terça-feira, 13 de junho de 1995 |
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Menem pede a Cavallo medidas emergenciais
SÔNIA MOSSRI
Cavallo foi obrigado por Menem a ceder para obter uma trégua com a cúpula do justicialismo. O presidente também determinou que ele se reúna quinzenalmente com as lideranças do partido para discutir as medidas. Em troca, Cavallo obteve apenas o compromisso do Partido Justicialista de analisar, no próximo mês, projetos de seu interesse que seriam apreciados pelo Congresso -onde o governo tem maioria. ``Respaldamos toda a ação do Poder Executivo. Enquanto Cavallo tiver a confiança do presidente Menem, ele continuará ministro. Os seus acertos são maiores que os erros", disse o líder do Partido Justicialista na Câmara, deputado Jorge Matzkin. Matzkin, porta-voz da reunião, observou que o próprio presidente avalia ser necessário buscar alternativas para reduzir o desemprego. Não interessa a Menem que Cavallo deixe o governo, pois isso agravaria ainda mais a crise econômica e a falta de credibilidade no mercado externo. Cavallo também não quer sair porque quer se candidatar à Presidência em 1999. O clima da reunião foi tenso. Os parlamentares questionaram os efeitos da política de Cavallo -aumento do desemprego e recessão. Eles têm o apoio de Menem, que deseja marcar o seu segundo mandato pela redução drástica do índice atual de desemprego -14% em maio, de acordo com projeções do Ministério da Economia. São mais de 3 milhões de desempregados e subocupados. Há quinze dias, Cavallo é bombardeado pelo presidente do Senado, Eduardo Menem -irmão do presidente-, pelo secretário-geral da Presidência, Eduardo Bauzá, colegas de ministério e principais lideranças menemistas. Todos querem reduzir o poder de Cavallo na reforma administrativa. Atualmente, Cavallo coordena uma pasta que corresponderia, no Brasil, à fusão dos ministérios da Fazenda, Planejamento, Agricultura, Indústria e Comércio, Minas e Energia, Comunicações, Transportes e parte da Justiça. Texto Anterior: Empresa lança xampu à base de tutano de boi Índice |
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