São Paulo, terça-feira, 13 de junho de 1995
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Má pontaria racha equipe do Magic no final da NBA

MELCHIADES FILHO
ENVIADO ESPECIAL A HOUSTON

O desespero das finais arranhou a harmonia exibida pelo Orlando Magic durante toda a temporada do basquete norte-americano.
O treino de ontem mostrou atletas e comissão técnica desanimados e nervosos. Pela primeira vez, houve troca de críticas em público.
O time perdeu as três primeiras partidas para o Houston Rockets. Nova derrota dará o título, o segundo consecutivo, aos texanos.
O próximo confronto será realizado amanhã à noite em Houston.
Nenhuma equipe conseguiu reverter desvantagem de 3 a 0 na história das finais da NBA (National Basketball Association).
No diagnóstico do técnico Brian Hill, o principal problema do Magic tem sido a imprecisão nos arremessos de longa distância.
``Precisamos recuperar nossa força ofensiva no perímetro. É hora de alguns jogadores renderem o que não têm rendido", afirmou.
A mensagem tem endereço certo: o armador-ala Nick Anderson e o ala Dennis Scott.
O Orlando chegou às finais como grande favorito. Nos playoffs (segunda fase do campeonato), havia eliminado o Indiana Pacers, o Chicago Bulls e o Boston Celtics.
Apesar de ancorado na criatividade do armador Anfernee Hardaway e na força do superpivô Shaquille O'Neal, seu jogo vistoso dependia silenciosamente da pontaria de Anderson e Scott.
A dupla, porém, apresenta desempenho sofrível nestas finais.
Só acertou 25 de 76 arremessos (33%), incluindo 14 de 48 (29%) tiros da região de três pontos (distante pelo menos 6,71 m da cesta).
As estatísticas da derrota por 106 a 103, domingo, são ainda mais cruéis: Scott só acertou um chute de três pontos; Anderson só anotou seus primeiros pontos passados 29 dos 48 minutos de jogo.
Nas demais séries dos playoffs, seus índices de aproveitamento giravam em torno de 40%.
``Sem eles, não dá para fazer nada", reclamou O'Neal, ontem, o mais cabisbaixo dos 12 jogadores do time da Flórida.
``E, domingo, eles tiveram espaço e tempo para caprichar nos arremessos", lamentou Hardaway.
Os ``vilões" conversaram, lado a lado, com a Folha.
``Certo. Não está chovendo no meu lado. Mas precisamos jogar juntos. E voltar a nos divertir com a bola", disse Scott. ``Às vezes, parecemos um bando de cachorros loucos em quadra."
``Temos que dobrar a determinação. Meu ataque não está saindo? Pelo menos, estou bem na defesa", desabafou Anderson.
A má fase da dupla causou alvoroço entre os reservas.
O ala Donald Royal reivindicou vaga: ``Joguei dois minutos em três partidas. Eu posso fazer mais".
Hill treinou ontem opções de escalação. No domingo, experimentou o suplente Brian Shaw na criação das jogadas -poupando Hardaway para a conclusão delas.
O técnico fez mistério sobre eventuais mudanças. O ala Anthony Bowie pode ser a surpresa.

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