São Paulo, terça-feira, 13 de junho de 1995 |
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Sérvios vão anunciar plano para soltar reféns
ANDRÉ FONTENELLE
O presidente do Parlamento da autoproclamada República Sérvia da Bósnia, Momcilo Krajisnik, disse que a decisão foi tomada durante uma reunião do Partido Democrático Sérvio, em Pale (``capital" dos rebeldes sérvios) ``Teremos notícias sobre os prisioneiros amanhã (hoje)", disse o líder dos sérvios da Bósnia, Radovan Karadzic. Horas depois, o chefe do serviço secreto do que restou da antiga Iugoslávia (Sérvia e Montenegro), Jovica Stanisic, chegou a Pale para se reunir com Karadzic. Stanisic foi o principal negociador na libertação dos reféns já soltos. Segundo a agência de notícias iugoslava "Beta, uma autoridade dos sérvios da Bósnia revelou que ``um grupo numeroso" de reféns pode ser solto hoje ou amanhã. Amanhã, o auto-instituído parlamento deve se reunir para discutir uma saída militar para os sérvios, acuados por forças da ONU e da Otan (a aliança militar do Ocidente, liderada pelos EUA). O novo negociador da União Européia para a ex-Iugoslávia, o sueco Carl Bildt, afirmou após uma reunião dos chanceleres europeus em Luxemburgo que considera ``ganha" a soltura. No final da reunião, os 15 países da União Européia declararam considerar as autoridades sérvias da Bósnia-Herzegóvina ``responsáveis pelo destino dos reféns". O presidente sérvio, Slobodan Milosevic, por sua vez, afirmara anteontem à noite que a liberação se daria ``muito brevemente", em conversa telefônica com o presidente da França, Jacques Chirac. A porta-voz de Chirac, Catherine Colonna, disse ontem que o presidente quer ver os militares livres ``até o final da semana". Calcula-se que metade dos militares retidos pelos sérvios sejam franceses. A França também anunciou que os primeiros soldados franceses da força de reação rápida chegam à Croácia hoje. A Cruz Vermelha informou ontem que continua a visitar os reféns. As visitas foram iniciadas na sexta-feira passada, com a autorização dos sérvios na Bósnia. A organização se comprometeu a não revelar quantos reféns já visitou nem onde se encontram. Apesar da libertação anunciada, os sérvios da Bósnia continuam a dificultar a ação humanitária da ONU, bloqueando comboios com mantimentos para zonas sitiadas. Com agências internacionais Texto Anterior: Um ano depois, solução do caso O. J. está longe Próximo Texto: Comboios da ONU entram em Sarajevo após 20 dias Índice |
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